Morte de Silvio Santos coincide com declínio da TV aberta a ascensão da TV pela internet

A morte de Silvio Santos, um dos maiores ícones da televisão brasileira, marca simbolicamente o fim de uma era para a TV aberta no Brasil. Enquanto o apresentador e empresário deixa um legado inquestionável, a indústria televisiva enfrenta um declínio acelerado, impulsionado pela ascensão da internet e das novas formas de consumo de conteúdo.

O legado de Silvio Santos

Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, construiu um império midiático ao longo de mais de seis décadas de carreira. Desde a fundação do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em 1981, Silvio Santos tornou-se um símbolo da televisão popular no Brasil. Seu carisma e habilidade em se conectar com o público de todas as classes sociais fizeram dele uma figura inigualável na história da mídia nacional.

Com programas de auditório que marcaram gerações, Silvio Santos foi muito mais do que um apresentador; ele foi um empreendedor visionário que entendeu como poucos as dinâmicas do entretenimento de massa. Seu impacto na TV brasileira é incalculável, sendo responsável por inovações que moldaram o formato e o conteúdo das emissoras ao longo dos anos.

O declínio da TV aberta

No entanto, o cenário em que Silvio Santos construiu seu sucesso mudou drasticamente nas últimas décadas. A televisão aberta, que já foi a principal fonte de entretenimento e informação para milhões de brasileiros, enfrenta hoje um declínio inegável. Com a proliferação da internet, houve uma forte e crescente mudança de hábito. O próprio PLOX é fruto dessa mudança. O canal, que atua exclusivamente pela internet, lidera a audiência e formação de opinião na região onde foi fundado e já marca presença em atuação como mídia estadual e nacional.

O surgimento das plataformas de streaming, o consumo de conteúdo se fragmentou, e a audiência das grandes emissoras de TV aberta tem caído constantemente.

A mudança no comportamento do público, especialmente entre as gerações mais jovens, é evidente. A internet, com sua capacidade de oferecer conteúdos personalizados e sob demanda, tornou-se a nova “televisão” da era digital. YouTube, Netflix, e redes sociais como Instagram e TikTok agora competem diretamente com a TV tradicional, oferecendo alternativas mais dinâmicas e interativas.

Além disso, o modelo de negócio da televisão aberta, baseado em grande parte em publicidade, foi severamente impactado. As verbas publicitárias migraram para o ambiente digital, onde as empresas podem segmentar melhor seus públicos e obter resultados mais mensuráveis.

A simbólica coincidência

A morte de Silvio Santos em um momento de transição tão significativa para a mídia brasileira é uma coincidência carregada de simbolismo. Ele, que ajudou a construir e consolidar a televisão no Brasil, nos deixa justamente quando este meio de comunicação enfrenta seu maior desafio: se reinventar ou ser substituído pela internet.

A figura de Silvio Santos sempre representou a estabilidade e a continuidade de uma tradição televisiva que parece estar chegando ao fim. Sua partida levanta questões sobre o futuro do SBT e sobre como as emissoras tradicionais poderão se adaptar à nova realidade digital.

O futuro da mídia

Com a internet reinando, o futuro da mídia parece estar cada vez mais no ambiente digital. As emissoras de TV já não podem ignorar a importância de se adaptar às novas plataformas e de inovar na forma como produzem e distribuem conteúdo. O desafio é enorme, mas também é uma oportunidade para uma nova fase da comunicação de massa, onde o público não é mais apenas um receptor passivo, mas também um criador e distribuidor de conteúdo.

Silvio Santos deixa um legado que transcende a televisão. Sua trajetória de sucesso, marcada pela inovação e pela proximidade com o público, serve como uma lembrança de que, em qualquer era, a capacidade de se adaptar às mudanças é crucial para a sobrevivência e o sucesso.

A morte de Silvio Santos marca o fim de uma era dourada da televisão, mas também abre caminho para novas formas de se contar histórias e de se conectar com as pessoas. A internet, agora em seu auge, continua a desafiar e transformar os antigos paradigmas, oferecendo um novo horizonte para a comunicação e o entretenimento no Brasil e no mundo.