Silvio Santos morre aos 93 anos em São Paulo e marca o fim de uma era na TV brasileira
Silvio Santos deixa sua esposa Íris Abravanel, com quem foi casado desde 1978, e as filhas Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.
Por Plox
17/08/2024 10h16 - Atualizado há 10 meses
O icônico apresentador e empresário Silvio Santos, um dos maiores nomes da televisão brasileira, faleceu neste sábado (17), aos 93 anos, em São Paulo. Internado desde o início do mês em um hospital particular na capital, Silvio vinha se recuperando de um quadro de H1N1. A informação foi confirmada pelo SBT, emissora que ele fundou e liderou por décadas, nas redes sociais.

Trajetória na televisão
Nascido Senor Abravanel em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, Rio de Janeiro, Silvio Santos iniciou sua carreira de maneira modesta, vendendo canetas e capas de plástico nas ruas da cidade, antes de se tornar um dos maiores ícones da mídia no Brasil. Em 1963, ele lançou o "Programa Silvio Santos", que rapidamente se tornou um dos programas de maior sucesso na televisão brasileira. Em 1981, consolidou seu império com a criação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), que rapidamente se estabeleceu como uma das principais emissoras do país.
Início difícil e carreira militar
Silvio Santos teve uma infância simples como o mais velho de cinco irmãos, filho de imigrantes judeus. Aos 18 anos, serviu ao Exército na Escola de Paraquedistas e, ao mesmo tempo, começou a trabalhar em uma rádio no Rio de Janeiro. Foi nessa época que ele desenvolveu suas habilidades de comunicação, que o levariam a ser um dos mais reconhecidos apresentadores do Brasil.
Ascensão no rádio e televisão
Em 1954, Silvio assinou seu primeiro contrato fixo como locutor na Rádio Nacional de São Paulo. Poucos anos depois, assumiu a empresa Baú da Felicidade, que se tornaria um de seus maiores sucessos comerciais. Sua estreia na televisão aconteceu em 1958, com o programa "Hit Parade" na TV Paulista, marcando o início de uma carreira que transformaria para sempre a mídia brasileira.
Criação do SBT e sucesso contínuo
Após anos de sucesso na TV Globo e na TV Tupi, Silvio fundou a TVS em 1976, que mais tarde se tornaria o SBT. O "Programa Silvio Santos" tornou-se a principal atração da emissora, com quadros memoráveis como "Domingo no Parque", "Show de Calouros" e "Porta da Esperança". Com sua habilidade única de envolver o público e seus bordões icônicos como "Quem quer dinheiro?", Silvio cativou milhões de telespectadores ao longo dos anos.
Diversificação e desafios
Além de sua carreira na televisão, Silvio também teve incursões na música, gravando marchinhas de carnaval de sucesso como "Coração Corintiano". Em 1989, ele tentou entrar na política, anunciando sua candidatura à presidência do Brasil, que acabou sendo indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 2010, o Banco Panamericano, parte do Grupo Silvio Santos, enfrentou um rombo bilionário que abalou as finanças do conglomerado. No entanto, em 2011, ele conseguiu vender o banco ao BTG Pactual, demonstrando sua habilidade empresarial mesmo em tempos de crise.
Momentos marcantes e o legado
Em fevereiro de 2001, Silvio foi homenageado no Carnaval do Rio de Janeiro pela escola de samba Tradição. No mesmo ano, sua filha Patrícia foi sequestrada, um episódio que culminou com o próprio Silvio sendo feito refém. O desfecho ocorreu após a intervenção do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que negociou a rendição do sequestrador.
Nos últimos anos, Silvio reduziu suas aparições públicas, especialmente após a pandemia de Covid-19. Ele comemorou seus 90 anos em 2020, isolado ao lado das filhas, e retornou à televisão em 2021, já vacinado, mas sem o mesmo ritmo de antes. Seu último programa foi marcado pela tradicional alegria ao som de "Silvio Santos vem aí", com ele brincando: "Para tudo, já estou aqui. Já cheguei!".
Despedida e família
Silvio Santos deixa sua esposa Íris Abravanel, com quem foi casado desde 1978, e as filhas Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata. Ele também deixa as filhas Cíntia e Silvia, de seu primeiro casamento com Cidinha, que faleceu em 1977. O Brasil se despede de uma lenda que transformou o entretenimento e a comunicação no país, deixando um legado imensurável na televisão brasileira.