Justiça manda Google quebrar sigilo de autor de ameaça contra Felca

A Justiça de São Paulo determinou que o Google forneça, no prazo de 24 horas, os dados de um usuário acusado de enviar ameaças de morte ao influenciador Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca. A decisão, proferida neste domingo (17) pelo juiz Pedro Henrique Valdevite Agostinho, inclui ainda a aplicação de uma multa diária de R$ 2 mil, com limite de R$ 100 mil, caso a empresa não cumpra a ordem judicial.

Foto: Redes sociais

O conteúdo das ameaças incluía mensagens como: “prepara pra morrer vc vai pagar com a sua vida” e “vc vai morrer se prepara por sua vida vc corre risco e vc vai pagar com a vida”. Diante da gravidade das declarações, o magistrado exigiu que o Google entregue os dados de identificação da conta de e-mail usada para enviar os ataques, incluindo IPs dos últimos seis meses, portas lógicas de origem, datas e horários detalhados, além de dados cadastrais capazes de revelar quem está por trás do perfil.

“É um tema pouco discutido por quem tem alcance”, afirmou Felca durante o vídeo.

O material teve repercussão imediata e trouxe à tona o caso do influenciador Hytalo dos Santos. De acordo com as denúncias, ele produzia vídeos com adolescentes em situações sexualizadas, além de manter convivência considerada imprópria com os menores em sua residência. Hytalo e seu companheiro, Israel Nata Vicente — conhecido como Euro —, foram presos na última sexta-feira (15), em Carapicuíba, sob suspeita de tráfico humano e exploração sexual de menores.

Segundo o Ministério Público da Paraíba, os adolescentes eram levados a festas, gravados seminuos e, em algumas ocasiões, consumindo bebidas alcoólicas. A denúncia afirma que Hytalo oferecia às famílias uma remuneração de cerca de três salários mínimos para manter os menores sob sua guarda. Eles eram chamados de “cria” e tinham seus celulares confiscados para que apenas ele controlasse as postagens feitas nas redes sociais, concentrando toda a visibilidade em seus perfis.

A defesa dos dois presos declara que ambos são inocentes e que sempre estiveram disponíveis para colaborar com as autoridades. Ainda segundo os advogados, a prisão é vista como uma medida exagerada. As investigações seguem conduzidas pelo Ministério Público, e o caso também chamou a atenção de parlamentares, que prometem avançar rapidamente na discussão sobre a regulamentação das redes sociais.

Até o momento, o Google respondeu apenas que “não vai comentar o assunto”.