Setor florestal evita perdas milionárias com combate à vespa-da-madeira

A aplicação do manejo integrado contra a vespa-da-madeira (Sirex noctilio) em áreas de pinus resultou em benefícios econômicos de R$ 446,4 milhões em 2024, segundo relatório da Embrapa Florestas. A praga, que ameaça aproximadamente 1,92 milhão de hectares no país, representa um risco para setores como papel, celulose e móveis.

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O sistema de controle utiliza o Nematec®, produto à base do nematoide Deladenus siricidicola, que age de forma biológica contra a praga. Atualmente, 94 empresas florestais adotam a prática, cobrindo 1,5 milhão de hectares, principalmente no Sul do Brasil, além de áreas em Minas Gerais e São Paulo. No último ano, foram distribuídas 3.586 doses para inoculação em 35.586 árvores-armadilha.

Segundo a pesquisadora Susete Chiarello Penteado, o método contribui para reduzir a necessidade de agroquímicos e protege o meio ambiente. Nas áreas tratadas, a infestação caiu para menos de 3% e, em alguns casos, para menos de 1%. O controle também evitou perdas médias de 21,5% na produção de madeira, garantindo qualidade e continuidade na cadeia produtiva do pinus.

A iniciativa, considerada estratégica, representa um pilar para um setor que corresponde a 19% das florestas plantadas no Brasil. Criado em 1988, o programa é fruto de uma parceria entre a Embrapa Florestas e o Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais (FUNCEMA).

Para Emiliano Santarosa, supervisor do Setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa, a ação é um exemplo de integração entre pesquisa e produção, assegurando impactos diretos na economia e na produtividade.

O Balanço Social de 2024 ainda apontou que as tecnologias da instituição geraram um lucro social de R$ 107,24 bilhões, crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Isso significa que, para cada real investido, o retorno para a sociedade alcançou 25 vezes o valor, reforçando a importância da inovação para o desenvolvimento sustentável.