Pesquisadores da UFMG testam medicamento para disfunção erétil baseado em veneno de aranha
A nova substância, originária do veneno da aranha armadeira, promete tratamento eficaz até mesmo para hipertensos e diabéticos graves.
Por Plox
17/09/2023 23h03 - Atualizado há quase 2 anos
Originária de uma pesquisa que teve início há mais de duas décadas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a molécula sintética peptídeo BZ371A promete revolucionar o tratamento da disfunção erétil. Ela foi inspirada na ereção involuntária e dolorosa, o priapismo, resultante do veneno da aranha Phoneutria nigriventer, comumente chamada de aranha armadeira. Com efeitos promissores, a substância já passou para a fase de testes em seres humanos após a venda de sua patente para uma empresa farmacêutica.

Entendendo o potencial da substância
Este avanço notável foi divulgado pela UFMG recentemente, destacando a periculosidade da aranha armadeira, uma das mais tóxicas do planeta. O veneno e os seus efeitos foram minuciosamente estudados pelos cientistas da UFMG, sob a liderança da professora Maria Elena de Lima. Maria Elena ressalta a riqueza da biodiversidade brasileira, afirmando que este é apenas um exemplo do vasto potencial ainda a ser explorado.
Avanços e resultados empolgantes
Após a venda da patente à Biozeus Biopharmaceutical, o peptídeo superou a fase 1 de testes clínicos, comprovando sua não toxicidade em humanos. Os ensaios demonstraram uma vasodilatação eficaz com o aumento do fluxo sanguíneo local, facilitando a ereção. Isso representa uma luz no fim do túnel para aqueles que enfrentam contraindicações com os medicamentos tradicionais disponíveis no mercado, como Viagra e Cialis.
Próximas etapas e perspectivas
A Biozeus se prepara para a fase 2 dos ensaios, que incluirá homens que passaram por prostatectomia. Paulo Lacativa, diretor executivo da empresa, reforça o potencial do medicamento no tratamento do câncer de próstata, dando esperança para muitos que adiam a cirurgia devido a preocupações relacionadas à disfunção erétil. Se bem-sucedido, este medicamento será um marco na inovação farmacêutica nacional, com repercussões globais.
Possibilidades para o tratamento feminino
O fármaco também pode ser revolucionário para mulheres. Cerca de 40% delas enfrentam algum tipo de disfunção sexual, e a nova substância, já testada em mulheres, pode ser a resposta para um tratamento eficaz.
Alertas e cuidados
Apesar dos avanços, é crucial ressaltar que o veneno da aranha armadeira pode causar efeitos indesejados. Maria Elena Lima adverte contra o priapismo, uma condição que pode levar à necrose do pênis. Portanto, a picada da aranha não deve ser usada como alternativa de tratamento.