Estudo revela que resistência a antibióticos pode levar a 39 milhões de mortes até 2050
Crescimento alarmante nas mortes por infecções resistentes
Por Plox
17/09/2024 09h32 - Atualizado há 4 meses
Mais de 39 milhões de vidas podem ser perdidas globalmente nos próximos 25 anos devido a infecções resistentes a antibióticos, de acordo com um estudo divulgado pela revista The Lancet nesta segunda-feira (16). A pesquisa destaca a resistência aos antibióticos como um desafio crescente de saúde pública, que ocorre quando bactérias e outros patógenos se adaptam e não respondem mais aos tratamentos antimicrobianos.
Impacto da resistência ao longo do tempo
Este estudo inédito avalia o impacto da resistência a antibióticos ao longo do tempo, revelando que, de 1990 a 2021, mais de um milhão de mortes anuais foram atribuídas a essa resistência. Os pesquisadores analisaram dados de 520 milhões de pessoas em 204 países, abrangendo 22 patógenos e 11 síndromes infecciosas em todas as idades.
Embora as mortes de crianças menores de cinco anos tenham diminuído em mais de 50% nas últimas três décadas, graças a melhorias na prevenção e controle de infecções, as mortes entre adultos com 70 anos ou mais aumentaram em mais de 80%. Isso se deve ao envelhecimento da população e à maior vulnerabilidade dos idosos.
Cenário futuro preocupante
As projeções indicam que até 2050, o número de mortes diretas por resistência a antibióticos pode alcançar 1,9 milhão por ano, representando um aumento de 67% em relação a 2021. As mortes associadas a essa resistência podem atingir 169 milhões entre 2025 e 2050. Particularmente preocupante é o aumento das mortes causadas pelo Staphylococcus aureus, que é o patógeno com maior crescimento em termos de mortalidade.
Os pesquisadores afirmam que, com um tratamento adequado das infecções e acesso melhorado a antibióticos, até 92 milhões de mortes poderiam ser evitadas, especialmente em regiões como o sudeste asiático e a África subsaariana.