Avaliação do governo Lula segue estável, mas desaprovação continua alta

Nova pesquisa Genial/Quaest mostra que percepção negativa do governo ainda supera a positiva; maioria vê Lula distante da população

Por Plox

17/09/2025 08h05 - Atualizado há cerca de 11 horas

Os números do mais recente levantamento da Genial/Quaest, divulgado nesta quarta-feira (17), revelam que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece praticamente inalterada em relação ao mês anterior. O percentual dos brasileiros que consideram a gestão positiva segue em 31%, sem oscilações. Já a taxa de desaprovação recuou levemente, passando de 39% para 38%. A parcela que avalia o governo como regular subiu discretamente de 27% para 28%, enquanto 3% ainda não sabem opinar.


Imagem Foto: Presidência


A pesquisa foi conduzida entre os dias 12 e 14 de setembro, com 2.004 entrevistas presenciais realizadas em 120 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro total é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


Apesar dos números relativamente estáveis, os dados revelam desafios significativos para o Planalto. A taxa de desaprovação da administração petista ainda é superior à de aprovação, e a percepção negativa sobre o governo aumentou em alguns pontos. Atualmente, 50% dos entrevistados acreditam que o governo está pior do que esperavam — em maio, essa fatia era de 45%. Aqueles que consideram o desempenho como esperado caíram de 36% para 27%, e os que o veem melhor do que o previsto subiram de 16% para 21%.



O sentimento de desconexão entre o presidente e a população também permanece evidente. Segundo o levantamento, 61% dos entrevistados afirmam que Lula perdeu a conexão com o povo. Apenas 35% discordam dessa percepção. Esses dados estão dentro da margem de erro, mas revelam pouca evolução desde maio.


Em relação à entrega de promessas de campanha, apenas 30% acreditam que o governo está cumprindo o que prometeu, enquanto 67% discordam dessa visão. Já a imagem pessoal de Lula continua dividida: 49% o consideram bem-intencionado, contra 46% que pensam o oposto. Essa divisão já se refletia na pesquisa de julho, quando 45% viam boas intenções no presidente e 49% não confiavam nelas.



Entre os programas governamentais, o mais bem avaliado é o Minha Casa Minha Vida, com 89% de aprovação e apenas 6% de desaprovação. Em contraste, o programa Mais Especialistas é o menos conhecido — 80% afirmam desconhecer a iniciativa. A proposta de aumentar impostos sobre os super-ricos, apesar de ter aprovação de 46%, é a que encontra maior resistência: 20% se mostram contrários e 34% desconhecem o tema.


Na percepção geral sobre a direção do país, 36% acham que o Brasil está no caminho certo, mantendo o mesmo índice da pesquisa anterior. Já 58% acreditam que o país segue na direção errada — número que subiu um ponto percentual desde agosto. Outros 6% não souberam responder.



A divisão de opiniões também aparece entre os segmentos sociais. A gestão é mais bem avaliada no Nordeste (60%), entre os que têm ensino fundamental (56%), idosos com mais de 60 anos (53%), pessoas com renda de até dois salários mínimos (54%) e católicos (51%). Por outro lado, a rejeição é mais alta no Sul (60%), entre quem recebe acima de cinco salários mínimos (60%) e entre os evangélicos (61%).


A pesquisa ainda investigou a percepção sobre o tipo de governo que Lula deveria conduzir. Em maio, 78% queriam mudanças. Agora, o número é de 76%. Apenas 21% defendem a continuidade da gestão atual, mesmo percentual dos que acreditam que o governo está melhor do que esperavam.



Sobre as notícias que têm circulado sobre o governo, 45% afirmam ter visto mais conteúdos negativos, enquanto 27% relatam ter visto informações positivas. Outros 25% dizem não ter acompanhado nenhuma notícia relevante. Em julho, a percepção negativa era ainda maior: 52% contra 22% de conteúdos positivos.


Entre os assuntos positivos mais lembrados estão a ampliação de programas sociais (7%) e a posição firme de Lula contra Donald Trump (6%), em função das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Já entre os tópicos negativos mais citados, destacam-se a crise no INSS (9%), o aumento da inflação (8%) e a própria taxação dos EUA (7%).


\"A maioria dos brasileiros ainda enxerga o governo Lula distante do que esperavam no início do mandato\", aponta o relatório da Quaest.


As margens de erro específicas por grupo apontam maior variação entre os eleitores do Norte e Centro-Oeste (8 pontos), além dos mais velhos e menos escolarizados. A pesquisa também mostrou que o medo de perder benefícios sociais atinge 28% dos brasileiros. Atualmente, 65% consideram os programas sociais um direito, número que aumentou significativamente em relação a março, quando esse índice era de 51%.


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