Deputadas exigem CPIs após operação da PF contra fraudes ambientais

Parlamentares querem apuração profunda de esquema criminoso envolvendo licenciamento ambiental e corrupção em Minas Gerais

Por Plox

17/09/2025 13h20 - Atualizado há cerca de 7 horas

As denúncias de corrupção e crimes ambientais reveladas durante a operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (17/9) levaram duas parlamentares a protocolarem pedidos para a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).


Imagem Foto: Polícia Federal


Em âmbito federal, a deputada Duda Salabert (PDT-MG) apresentou requerimento na Câmara dos Deputados para investigar fraudes nos processos de licenciamento ambiental e mineral em todo o país. Já na esfera estadual, a deputada Lohanna França (PV) pediu a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com foco nas denúncias que envolvem órgãos do governo mineiro.



Essas iniciativas foram impulsionadas pela operação da Polícia Federal que desarticulou uma organização criminosa suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro, corrupção e graves danos ambientais. A ação incluiu 79 mandados de busca e apreensão, 22 prisões preventivas, afastamento de servidores públicos, sequestro de bens no valor de R$ 1,5 bilhão e suspensão das atividades das empresas investigadas.



A operação também atingiu a Cidade Administrativa de Minas Gerais, sede do governo estadual, que foi um dos locais de busca. Um dos principais alvos é o ex-presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Rodrigo Gonçalves Franco, exonerado dias antes da operação. Também foram presos o ex-deputado estadual João Alberto Paixão Lages, apontado como líder da organização, e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, suspeito de favorecer interesses do grupo por meio de decisões manipuladas.



“Estamos diante de um esquema que compromete não apenas a economia nacional, mas também a segurança da população e o equilíbrio ambiental”, declarou Duda Salabert ao justificar o pedido de CPI

. Ela ressaltou ainda que operações anteriores, como a Crátons em Rondônia, já haviam revelado práticas semelhantes no país.


Na Assembleia Legislativa, Lohanna França argumentou que é dever do parlamento estadual apurar os crimes cometidos e garantir a responsabilização dos envolvidos. “Trata-se de um escândalo envolvendo destruição ambiental, corrupção e uso indevido da máquina pública. A CPI é uma resposta à sociedade para impedir que esse tipo de crime continue impune”, afirmou durante reunião extraordinária.



De acordo com a parlamentar, a comissão deve aprofundar as investigações, detectar falhas nos processos de licenciamento e propor medidas para evitar novos casos.



O Governo de Minas foi procurado pela reportagem para comentar os pedidos de investigação, mas ainda não enviou resposta. O espaço segue aberto para manifestação.



A operação da PF trouxe à tona um amplo esquema de corrupção que pode ter ramificações em diversos estados e reforça a necessidade de atuação firme dos poderes Legislativo e Judiciário para garantir a transparência e a preservação do meio ambiente.


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