Eduardo Bolsonaro reforça pedido por anistia total após assumir liderança da minoria

Deputado argumenta que medida é única saída para seu retorno ao país e para 'pacificação nacional', às vésperas de reunião decisiva no Colégio de Líderes

Por Plox

17/09/2025 08h16 - Atualizado há cerca de 11 horas

Na mesma semana em que foi indicado como novo líder da minoria na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a insistir, nesta terça-feira (16/9), em uma anistia ampla, geral e irrestrita para os condenados por tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).


Imagem Foto: Reprodução


A mudança de liderança ocorreu após Carol de Toni (PL-SC) abrir mão da função, garantindo ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro um mecanismo de proteção contra a perda de mandato. Pelo regimento interno, líderes não têm faltas contabilizadas, evitando que Eduardo ultrapasse o limite de ausências que poderia levar à cassação.


Em mensagem publicada no X, o deputado afirmou que apenas uma anistia completa seria capaz de 'pacificar o Brasil', além de viabilizar seu retorno ao país e assegurar condições para exercer o mandato.
\"Qualquer coisa diferente disso fará o Brasil parar no tempo, prolongando no atual cenário\"

, escreveu. Ele também agradeceu publicamente a Carol de Toni pela renúncia em seu favor.

Na mesma declaração, Eduardo criticou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de abusos e alertando que 'meias-medidas' apenas manteriam o país sob risco de sanções. Segundo ele, não é possível confiar em futuras promessas de quem já teria descumprido acordos no passado.


O posicionamento ocorre na véspera de reunião do Colégio de Líderes, convocada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O encontro desta quarta-feira (17/9) deve analisar a possibilidade de votar com urgência a proposta de anistia.


A manobra para proteger o mandato de Eduardo foi baseada em uma resolução editada em 2015 por Eduardo Cunha (MDB-RJ), que na época isentou de faltas a deputada Mara Gabrilli (PSD-SP), então 3ª secretária da Mesa e hoje senadora, em razão de sua condição de tetraplegia. O benefício acabou se estendendo também a líderes partidários.


Desde agosto, quando se encerrou a licença de 120 dias concedida por Hugo Motta, as ausências de Eduardo começaram a ser registradas. O deputado chegou a enviar um ofício pedindo autorização para exercer o mandato diretamente dos Estados Unidos, onde está em autoexílio, mas não recebeu resposta oficial até o momento.



O impasse ocorre em meio a pressões políticas crescentes sobre a pauta da anistia, que divide parlamentares e deve mobilizar novas articulações no plenário.


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