Lula sinaliza não se opor à redução de penas de golpistas

Durante almoço com líderes do PDT, presidente afirmou que conhece a dificuldade da prisão após passar 580 dias detido

Por Plox

17/09/2025 20h06 - Atualizado há cerca de 2 horas

Em um encontro no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (17/9), o presidente Lula (PT) afirmou a integrantes do PDT que não vê problema na discussão sobre a redução de penas aplicadas aos condenados por atos golpistas. A fala, relatada por três políticos que participaram do almoço, ocorreu em tom descontraído.


Imagem Foto: Presidência


Lula lembrou aos presentes que ficou preso por 580 dias e, por isso, entende as dificuldades enfrentadas por quem cumpre pena. Ele, porém, não deixou claro se defende que a possível medida beneficie apenas os envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, ou também aqueles acusados de planejar o movimento, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).



A declaração acontece no momento em que a Câmara dos Deputados avalia a possibilidade de levar à votação um pedido de urgência para aprovar anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), já informou a líderes e ao Planalto que pretende colocar o tema em pauta. Enquanto isso, o governo federal tem mobilizado ministros para tentar frear o avanço da proposta entre as bancadas.


Durante evento do PT no Paraná, a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) já havia sinalizado abertura para tratar da redução de penas, ressaltando que a análise pode ser feita pelo Congresso ou pelo STF.
\"Se querem discutir redução de pena, é outra coisa. Cabe a dosimetria ao Supremo Tribunal Federal ou até o Congresso avaliar e ter um projeto, mas aí é redução de pena, não tem a ver com anistia, não tem a ver com perdão\", afirmou.


Apesar disso, há resistência interna. O presidente do PT, Edinho Silva, declarou em entrevista ser contrário a esse movimento e defendeu articulação para barrar projetos que abram espaço para uma anistia ampla — especialmente em relação a Bolsonaro. Para ele, derrotar propostas desse tipo é fundamental para reforçar a democracia.


No almoço no Alvorada, Lula também comentou estar incomodado com a aprovação da chamada PEC da Blindagem, que permite ao Congresso barrar processos criminais no STF contra parlamentares, além de impedir prisões de deputados e senadores. O presidente, no entanto, disse que, se fosse deputado, votaria contra o texto aprovado na Câmara.


O encontro reuniu ainda o presidente do PDT, Carlos Lupi, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e Gleisi Hoffmann. Segundo um dos participantes, os temas políticos surgiram de forma breve em meio à tentativa de reforçar a aproximação entre PDT e governo.


Nas redes sociais, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) afirmou que a reunião serviu para discutir pautas nacionais e reafirmar o apoio do partido a Lula, tanto no atual mandato quanto em 2026.



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