Minas anuncia construção de novos presídios para conter superlotação

Estado tem 22 mil acusados soltos por falta de vagas e planeja novas unidades, diz procurador-geral

Por Plox

17/09/2025 13h12 - Atualizado há cerca de 14 horas

Minas Gerais deve ganhar novas unidades prisionais nos próximos meses, em resposta ao atual déficit de vagas no sistema carcerário estadual. A informação foi confirmada pelo procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho, durante um café da manhã com jornalistas realizado nesta quarta-feira (17), em Belo Horizonte.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


Atualmente, cerca de 22 mil pessoas acusadas de crimes estão soltas no estado devido à falta de espaço nas penitenciárias. Segundo o procurador, a situação compromete o enfrentamento ao crime organizado.

"Temos um déficit no estado, e não há como falar de combater o crime organizado sem ter mais espaço. São 22 mil pessoas que precisavam ser presas e estão soltas por aí\",


afirmou.



Embora não tenha detalhado quando ou onde as obras terão início, Paulo de Tarso adiantou que os projetos contemplam unidades com capacidade para 432 ou 864 detentos. A construção dos novos presídios integra um acordo firmado entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) e o governo estadual.


O termo de comprometimento, assinado em fevereiro deste ano, também previa a ampliação de espaços em presídios já existentes. Entre as ações propostas estão a reforma da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e a criação de três unidades na região metropolitana de Belo Horizonte, além de outras em diferentes regiões do estado.



Durante o encontro com a imprensa, o procurador destacou ainda a intenção do MPMG de intensificar o combate ao crime organizado. Segundo ele, o modelo de atuação do Ministério Público será reformulado com o objetivo de promover maior integração entre as forças de segurança.


"Vamos reestruturar o modelo para a segurança pública. Mudar a concepção, integrar mais o trabalho\",


afirmou. Entre as mudanças está a reformulação do Centro de Apoio Operacional das Promotorias.



Paulo de Tarso ressaltou a presença de organizações criminosas de outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, atuando em diferentes regiões mineiras.

"É o estado se organizando para combater o que é organizado\",


declarou, enfatizando a importância do cumprimento das penas e de ações mais rigorosas contra o crime.


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