Mulher é resgatada após dias em cárcere privado pelo companheiro em Ipatinga

No início da manhã desta quarta-feira (17), uma mulher foi resgatada pela Polícia Militar após viver cerca de dez dias sob cárcere privado, em um caso alarmante de violência doméstica ocorrido no bairro Barra Alegre, em Ipatinga, Minas Gerais.

Foto: Divulgação/Polícia Militar

A ocorrência foi registrada por volta das 6h44, na Avenida Francisco Rodrigues, quando os militares chegaram ao local após serem acionados para verificar uma denúncia feita por familiares da vítima. A filha da mulher, preocupada com seu desaparecimento, entrou em contato com parentes, que então acionaram a polícia.

Ao chegar à residência, os policiais foram recebidos pela própria vítima, que havia conseguido destrancar o portão durante a ausência momentânea do agressor. Aproveitando-se da oportunidade, ela pediu ajuda e informou que precisava pegar seus pertences para sair do local. A guarnição entrou com ela no imóvel, e enquanto ela recolhia seus objetos, o suspeito, que estava escondido nas proximidades, surgiu repentinamente.

O homem, de 25 anos, tentou resistir à abordagem policial, mas foi contido, algemado e conduzido para a delegacia.

A mulher revelou aos policiais que vivia com o autor há cerca de dois anos e já havia sofrido episódios anteriores de agressão. No momento do resgate, ela apresentava diversas marcas de violência pelo corpo, incluindo mordidas, hematomas e queimaduras. Relatou também que, durante os últimos dez dias, esteve amarrada com lençóis e cordas, sendo constantemente ameaçada com uma faca.

“Ele dizia que ia me matar e sumir com meu corpo”, contou a vítima à polícia.

Durante o tempo em que esteve presa, a mulher foi impedida de sair para trabalhar, mesmo sendo a única responsável pelo sustento da casa. Segundo ela, não conseguiu pedir ajuda antes porque o companheiro havia destruído seu celular meses atrás, cortando completamente sua comunicação com o exterior.

A intervenção só foi possível graças à preocupação da filha, que, ao notar o sumiço da mãe, alertou os familiares, o que culminou no acionamento da PM e no resgate da vítima. O caso está sendo investigado pela polícia civil, e o agressor deve responder por cárcere privado, lesão corporal e ameaça, com base na Lei Maria da Penha.