Região Metropolitana de BH registra tremores de terra com magnitude de até 2,9
Abalos ocorreram entre a noite de terça (16) e a madrugada de quarta (17); especialista aponta causas mais prováveis dos tremores em Minas
Por Plox
17/09/2025 13h28 - Atualizado há 5 dias
Moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte sentiram dois tremores de terra entre a noite da última terça-feira (16) e a madrugada desta quarta-feira (17). Os abalos foram registrados no município de Contagem, com magnitudes de 2,5 e 2,9 na escala Richter.

De acordo com o geólogo Diogo Amorim, professor do curso de Engenharia de Minas do UniBH, esse tipo de ocorrência é mais comum do que se imagina, especialmente em Minas Gerais, estado que concentra o maior número de registros desse tipo no país.
Segundo Amorim, os tremores podem ter duas causas principais. A primeira envolve a interação entre placas tectônicas. Apesar de o Brasil estar localizado no interior da placa sul-americana — uma área considerada estável —, é possível que ondas sísmicas oriundas de terremotos distantes, como na Cordilheira dos Andes, sejam percebidas em território brasileiro. Já a segunda e mais provável causa em Minas é a existência de falhas geológicas locais, como as falhas geotérmicas e geodinâmicas. Mesmo em áreas de estabilidade, a movimentação nessas falhas pode provocar pequenos abalos sísmicos.
As falhas geodinâmicas estão ligadas ao deslocamento das placas e à liberação de energia. Já as falhas geotérmicas funcionam como canais para a circulação de calor e água no subsolo, tornando o solo mais suscetível a tremores. Quando há acomodação dessas falhas, a liberação de energia pode se manifestar como microtremores.
Amorim explica que esses abalos são classificados como microtremores, já que variam entre 0 e 4 na escala Richter. Ele destaca ainda que a escala é exponencial: um tremor de magnitude 2, por exemplo, é dez vezes mais intenso que um de magnitude 1. \"Tivemos casos no Chile que chegaram a 7,9 e até 9 na escala Richter, o que representa uma intensidade dezenas de vezes maior que a registrada em Contagem\", ressaltou.
Apesar dos abalos, não houve emissão de alerta sísmico para a Grande BH. Isso se deve à ausência de equipamentos específicos na região, uma vez que não se trata de uma zona de alto risco sísmico, como aquelas situadas nas fronteiras entre placas tectônicas.