Especialista em cibersegurança orienta sobre como evitar golpes na Black Friday

Segundo dados do Google, 64% dos brasileiros planejam comprar na Black Friday em 2021.

Por Plox

17/11/2021 14h30 - Atualizado há mais de 2 anos

Num momento em que as compras online seguem na preferência dos consumidores, ainda receosos de sair às compras físicas em meio às incertezas da Covid-19, a Black Friday deve mobilizar, de acordo com o Google, 64% dos brasileiros, dispostos a comprar pela internet. Com a retomada gradual da economia, a expectativa é que as vendas ultrapassem as estatísticas do ano passado, quando a data movimentou R$ 4,02 bilhões em transações no e-commerce, conforme dados Ebit|Nielsen.

Mas, com a aceleração do comércio eletrônico no evento, que só perde em transações de comércio eletrônico para o Natal, também crescem os riscos de fraudes que podem ser da simples venda de um produto inexistente por meio de uma página falsa (phishing) ao vazamento de dados, que podem levar à exposição de informações bancárias, clonagem de crédito e outros golpes.

É o que alerta o diretor da Cipher, empresa de cibersegurança, Guilherme Murakami. “Tanto empresas como clientes devem implementar medidas de segurança para não perder dinheiro nem expor informações críticas que possam levar a outras ações criminosas”, diz o executivo. Ele ressalta que na Black Friday há maiores riscos devido ao maior número de transações no período, mas a prevenção e controle deve ser constante.

Segundo Murakami, com o crescimento das operações remotas, num cenário acelerado pela pandemia, empresas já estão melhor preparadas para se prevenir de ataques e invasões às redes. Mesmo assim, ele acredita que varejistas, especialmente os maiores, podem estar no radar de hackers interessados em dados de clientes, ou determinados a utilizar a imagem da marca atraindo compradores a páginas falsas.

Protocolos de cibersegurança necessários às empresas de varejo

Organizações varejistas, sobretudo aquelas interligadas a parceiros que podem representar riscos, precisam cumprir protocolos que incluem testes de vulnerabilidade, monitoramento de ativos, rastreamento de redes e manter uma equipe treinada para respostas a incidentes. Além disso, ressalta: “é importante realizar pentests (ação que simula uma invasão), antecipando possíveis ações de hackers maliciosos, para assegurar que hotsites e aplicativos não tragam nenhuma vulnerabilidade.”

Murakami acrescenta que, mesmo sob a proteção da LGPD, dados não estão 100% seguros e os usuários ainda são o elo mais fraco nessa cadeia do cibercrime. “Com o aumento dos serviços financeiros e a diversificação de meios de pagamento, operar com instituições que tenham a certificação PCI é uma prática obrigatória”, aconselha o especialista em cibersegurança da Cipher.

Orientações ao consumidor

O especialista ainda recomenda às empresas que orientem o consumidor sobre como fazer suas compras com segurança e aproveitar os descontos sem correr riscos. Ele sugere algumas iniciativas ao consumidor final, que acaba sendo a vítima preferida das táticas de Engenharia Social:

1- Desconfiar de promoções milagrosas - antes de clicar num produto com preço muito abaixo do marcado, faça comparativos em lojas confiáveis e sites de cotações reconhecidos;

2- Checar se a plataforma de e-commerce escolhida para a transação tenha um selo de segurança - normalmente representado pelo símbolo cadeado, comprova se uma se a página é de fato a oficial;

3- Conferir se está navegando em tráfego seguro – em sua grande maioria, endereços de sites seguros iniciam com https;

4- Cuidado com promoções via e-mail, SMS e WhatsApp - se receber alguma oferta irrecusável, diretamente no dispositivo pessoal, não clique no link antes de validar a URL (um número ou letra trocados podem levar a uma página de phishing).

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