Morte em massa de peixes na Lagoa da Pampulha: calor e esgoto são os culpados

Especialistas explicam os fatores ambientais e humanos que levaram à mortandade de peixes no cartão postal de Belo Horizonte

Por Plox

17/11/2023 14h03 - Atualizado há 8 meses

A Lagoa da Pampulha, um dos cartões postais de Belo Horizonte, enfrentou um fenômeno preocupante na última semana, com quase mil peixes encontrados mortos. Esse evento alarmante chamou a atenção dos frequentadores da área e levantou questões sobre as causas da mortalidade em massa dos peixes.

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Calor e Esgoto Irregular como Causas De acordo com a professora Fernanda Raggi, dois fatores principais contribuem para a morte dos peixes: o aumento significativo da temperatura da água e o esgoto irregular despejado na lagoa. As temperaturas da água, que variaram entre 33° e 39°C, são insuportáveis para algumas espécies nativas. Raggi explicou que quando os peixes sobem à superfície para buscar oxigênio e alimento, não conseguem regular a temperatura do corpo, levando-os à morte imediata.

Problemas Ambientais e Riscos à Saúde O despejo irregular de esgoto na Lagoa da Pampulha também tem um impacto significativo. Os peixes, sendo bioacumuladores, armazenam substâncias tóxicas em seus corpos. Com a redução do nível da água devido às altas temperaturas, o esgoto concentrado torna-se uma ameaça ainda maior, impedindo os peixes de filtrarem essas substâncias pelas guelras. Raggi alertou contra o consumo de peixes nativos da lagoa, enfatizando que eles absorvem diversas substâncias nocivas do esgoto, incluindo resíduos de produtos de higiene pessoal.

Repercussões da Onda de Calor Este evento na Lagoa da Pampulha é um exemplo de como as condições climáticas extremas, combinadas com problemas ambientais causados pelo ser humano, podem ter repercussões graves na vida aquática. A Prefeitura de Belo Horizonte descreveu o ocorrido como "atípico", refletindo a gravidade da situação.

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