Saúde

Brasil é o 6º país com mais casos de diabetes e enfrenta alta mortalidade

Mais de 16 milhões de adultos brasileiros já foram diagnosticados com diabetes, que causa uma morte a cada seis segundos. Falta de diagnóstico agrava a situação e aumenta custos do sistema de saúde.

17/11/2025 às 22:16 por Redação Plox

O diabetes, considerada uma doença silenciosa, já atinge um em cada 13 brasileiros e coloca o país como o sexto no ranking global, atrás apenas de nações ainda mais populosas, como China, Índia, Estados Unidos, Paquistão e Indonésia. Segundo dados do Atlas Global da Federação Internacional de Diabetes (IDF), divulgados no início do ano, mais de 16 milhões de adultos convivem com a doença no Brasil.

Dados crescentes e subdiagnóstico preocupante

Em níveis globais, 589 milhões de pessoas — entre 20 e 79 anos — são afetadas pelo diabetes. No Brasil, houve um crescimento de quase 6% nos casos em apenas quatro anos, subindo de cerca de 15 milhões, em 2021, para os atuais 16 milhões de adultos diagnosticados.

Especialistas alertam que o índice real pode ser ainda maior devido ao subdiagnóstico. Cerca de uma em cada três pessoas com diabetes desconhece que tem a doença, justamente por ela apresentar sintomas apenas em estágios mais avançados.

Impacto direto na saúde e na economia

De acordo com a IDF, só em 2024 o diabetes provocou 3,4 milhões de mortes no mundo, o que equivale a uma vida perdida a cada seis segundos. No Brasil, foram 111 mil óbitos confirmados no mesmo período, média de 304 mortes ao dia.

O impacto não se restringe à saúde: o Brasil já figura como o terceiro país que mais investe no controle e tratamento do diabetes, totalizando mais de 45 bilhões de dólares, ou cerca de R$ 239 bilhões, em custos diretos com a doença e suas complicações.

Prevalência aumenta entre idosos, crianças e adolescentes

Segundo a pesquisa Vigitel 2023, a prevalência do diabetes chega a 10,2% na população em geral. Entre pessoas de 55 a 64 anos, o índice salta para 22,4%, e acima dos 65 anos, alcança 30,4%. O crescimento da doença é impulsionado pelo envelhecimento populacional, pelo aumento da obesidade e pelo consumo elevado de alimentos ultraprocessados.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) destaca que o crescimento entre crianças e adolescentes também merece atenção, consequência direta do aumento da obesidade nessa faixa etária. O tipo 2, antes restrito a adultos, aparece cada vez mais cedo, resultado de fatores como alimentação inadequada, sedentarismo, influência genética e, em casos específicos, uso de certos medicamentos.

Sintomas e complicações podem passar despercebidos

Conhecido por ser assintomático durante anos, o diabetes costuma apresentar sintomas clássicos apenas quando já está avançado. Entre os sinais mais comuns estão: aumento da frequência urinária, perda de peso inexplicada, fome e sede excessivas e sensação constante de cansaço.

O descontrole do diabetes pode levar a complicações sérias, incluindo doenças cardiovasculares, infarto, AVC, insuficiência renal, problemas de visão e alterações vasculares com risco de morte.

Opções de tratamento e controle

O tratamento do diabetes varia conforme o tipo. Para o tipo 2, o controle se dá, em grande parte, por medicamentos orais aliados à mudança de hábitos. Em situações específicas, podem ser prescritos medicamentos injetáveis, como análogos de GLP-1 ou insulina. Já para o diabetes tipo 1, predominante entre crianças e jovens, o uso diário de insulina é indispensável.

O monitoramento regular da glicemia e a adoção de um estilo de vida saudável complementam as estratégias de controle para ambas as formas da doença.

Prevenção depende de hábitos saudáveis

A principal recomendação para evitar o diabetes continua sendo investir em um estilo de vida equilibrado. Alimentação rica em frutas, legumes e grãos integrais, evitando ultraprocessados e açúcar, aliada à prática de atividade física regular — pelo menos 150 minutos por semana —, manutenção do peso ideal e sono de qualidade são fundamentais.

Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar o diabetes, manter a qualidade de vida e evitar complicações. O acesso à educação em saúde, à conscientização e ao cuidado são peças-chave para reverter os índices crescentes no país.

Compartilhar a notícia

V e j a A g o r a