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Frentistas de legging e cropped: o que dizem ex-funcionárias, Justiça, sindicato e empresa
Decisão veio após denúncias de assédio e imposição de padrão corporal em revenda de combustíveis em Recife
17/11/2025 às 06:43por Redação Plox
17/11/2025 às 06:43
— por Redação Plox
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A Justiça do Trabalho determinou que um posto de combustíveis localizado no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, não pode mais obrigar mulheres frentistas a utilizar calças justas de legging e camiseta cropped como uniforme. A decisão veio após denúncias sobre a vestimenta exigida no estabelecimento, identificado como Posto Power, registrado como FFP Comércio de Combustíveis.
Fotografias incluídas no processo retratam mulheres vestindo legging e cropped enquanto trabalham
Foto: Sinpospetro-PE/Divulgação
Norma questionada na Justiça do Trabalho
Imagens anexadas ao processo mostram mulheres trabalhando com o uniforme considerado inadequado. Segundo relatos, a regra do uso de legging e cropped foi adotada pela administração do posto, resultando em repercussão negativa e ações judiciais.
Sindicato denuncia assédio e padrões físicos
O Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis de Pernambuco foi procurado por uma frentista, que relatou ter sofrido assédio moral para enquadrar-se ao padrão exigido pela empresa. De acordo com o advogado da entidade, ela buscou orientação em estado de desespero e pediu a rescisão indireta do contrato. O processo segue em andamento, e a trabalhadora está afastada do emprego desde outubro.
Funcionárias relatam pressão e mudança no quadro de pessoal
Conforme relato de uma ex-funcionária ao G1, o posto priorizava um “padrão de corpo” semelhante ao de pessoas que praticam academia. As exigências de uniforme passaram a ser implementadas após troca de gestão em setembro, quando a equipe antiga foi dispensada e substituída por funcionárias alinhadas ao novo perfil.
Além disso, as mudanças permitiram o uso de tênis, modificação das camisas com decote ou comprimento reduzido e incentivo ao uso de calças legging, especialmente modelos conhecidos como “levanta bumbum”. As funcionárias também foram incentivadas a gravar vídeos de danças para redes sociais durante o expediente.
Decisão judicial aponta exposição e risco de assédio
Em decisão liminar, a Justiça do Trabalho avaliou que a imposição do uniforme expunha desnecessariamente as trabalhadoras. De acordo com o processo, a juíza responsável afirmou que o uniforme era inadequado e potencializava situações de constrangimento, vulnerabilidade e assédio.
O posto foi obrigado a suspender imediatamente o uso do uniforme considerado inadequado para as frentistas, sob risco de multa diária caso descumpra a medida.
Ministério Público reforça direito à dignidade
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também se manifestou sobre o caso. Conforme entrevista concedida ao g1, a procuradora destacou que a exigência de uniforme violava o princípio da dignidade da pessoa humana. Para o MPT, uniforme e EPI têm função protetiva, e o empregador deve assegurar condições seguras no ambiente de trabalho.
Posto contesta denúncia e fala em mudança administrativa
Em nota, a FFP Comércio de Combustíveis declarou que as imagens apresentadas não correspondiam a funcionárias da empresa. Depois, informou que o episódio ocorreu sob gestão anterior e que as leggins foram substituídas por calças jeans pela nova administração. Segundo o posto, todas as políticas internas foram revisadas para contemplar valores como dignidade, segurança e respeito à equipe, negando práticas de sexualização ou imposição inadequada de vestuário.
Distribuidora menciona práticas atualizadas
A distribuidora Petrobahia, responsável pela bandeira do Posto Power, esclareceu que a imagem usada na denúncia é antiga e não reflete a política atual. Desde outubro, quando o posto passou a ser administrado por novos gestores, são observadas as normas de segurança, saúde e padrão de fardamento em todas as unidades, inclusive nas que operam sem a bandeira da Petrobahia.
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