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Política
Câmara vota Marco Legal de Combate ao Crime Organizado nesta terça-feira
Parlamentares discutem propostas como endurecimento de penas e novo uso para bens apreendidos, enquanto divergências entre governo e oposição seguem em pauta
18/11/2025 às 00:46por Redação Plox
18/11/2025 às 00:46
— por Redação Plox
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que o projeto de lei antifacções, chamado por ele de Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, será votado na próxima terça-feira (18). A decisão foi tomada mesmo com a falta de consenso entre governistas e oposição acerca de pontos fundamentais da proposta.
Foto: Câmara dos Deputados
Votação marcada apesar de divergências
Motta ressaltou a necessidade de equilíbrio entre rigor e eficiência no tratamento da segurança pública. Ele afirmou também que a análise do projeto representa a resposta mais dura da história do Parlamento no enfrentamento ao crime organizado.
Segundo Motta, a proposta prevê penas mais rígidas para integrantes de facções criminosas e medidas que dificultam o retorno desses criminosos às ruas. Outro destaque é a criação de bancos de dados nacionais e estaduais para informações sobre organizações criminosas.
Proposta passa por novas versões
O relator do projeto, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que interrompeu temporariamente suas funções como secretário de Segurança Pública de São Paulo, apresentou recentemente a quarta versão do parecer. Não está descartada ainda a apresentação de um quinto relatório, caso sejam necessárias novas alterações.
Oposição quer ajustes e endurecimento das regras
O partido PL, alinhado à oposição, sinalizou apoio à proposta após considerar avanços no texto de Derrite, mas ainda defende a equiparação dos atos de facções ao terrorismo. A legenda também sugeriu mudanças, entre elas a proibição de audiências de custódia em flagrantes envolvendo faccionados.
A audiência de custódia é o procedimento em que o preso é apresentado ao juiz, que pode decidir desde a manutenção da prisão até alternativas como medidas cautelares.
Para Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL, seria melhor postergar a votação para dezembro, ampliando o tempo para discussões.
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, criticou trechos que, segundo ele, dificultariam a atuação da Receita Federal no combate ao crime organizado e eliminariam instrumentos de descapitalização das facções.
Principais mudanças no substitutivo
Entre os ajustes de Derrite, está a definição do que é facção criminosa e a destinação de parte dos bens apreendidos dessas organizações para um fundo da Polícia Federal. Antes, os recursos eram destinados apenas a Estados e ao Distrito Federal. Com o novo texto, os bens apreendidos serão encaminhados ao ente onde tramita o processo penal.
A definição de “facção criminosa” apresentada no relatório engloba organizações ultraviolentas, milícias privadas e grupos paramilitares que buscam controle territorial ou econômico mediante violência, coação ou ameaças.
No entanto, o relator não chegou a criar um novo tipo penal para “facção criminosa”, como sugeria o governo, que previa penas de 8 a 15 anos para essas práticas com uso de intimidação ou agressão.
Derrite manteve no texto a expressão “domínio social estruturado” para enquadrar os crimes das facções. Também propôs a criação de uma lei autônoma para endurecer o combate ao crime organizado, medida criticada pelo governo por potencial sobreposição de legislações. Atualmente, já existe uma lei voltada para organizações criminosas.
A definição do destino dos recursos apreendidos e o enquadramento das facções fazem parte das principais polêmicas que dividem governistas e oposição na reta final de debates no Parlamento.