MPMG pede suspensão de show de Joelma em Minas por suspeita de cachê superfaturado
Valor de R$ 500 mil é considerado acima do mercado; prefeitura e produtora podem ter que devolver recursos
Por Plox
17/12/2024 17h54 - Atualizado há 3 meses
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com uma Ação Civil Pública para suspender o show da cantora Joelma, previsto para o dia 30 de dezembro em Santa Bárbara do Tugúrio, no Campo das Vertentes. O evento, que integra as comemorações de fim de ano e do aniversário da cidade, envolve um cachê de R$ 500 mil, valor considerado muito acima do preço de mercado pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Barbacena.
Pedido de devolução do valor antecipado
Além da suspensão do contrato, o MPMG solicitou que a empresa J Music Editora e Produções Artísticas devolva qualquer valor que tenha sido pago antecipadamente. A ação levanta preocupações sobre a gestão de recursos públicos em uma cidade de pequeno porte, onde gastos elevados com eventos podem comprometer o orçamento municipal.
A prefeitura de Santa Bárbara do Tugúrio foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o caso. O contato com a produtora responsável também não foi localizado, mas o espaço permanece aberto para esclarecimentos.

Histórico de denúncias envolvendo o município
Esta não é a primeira vez que a prefeitura enfrenta questionamentos sobre contratos de shows com a cantora Joelma. Em julho deste ano, o MPMG denunciou o prefeito José Antônio Alves Donato, conhecido como Donatinho (PSD), por superfaturamento no cachê de uma apresentação ocorrida em outubro de 2022.
Na ocasião, o valor pago foi de R$ 265 mil, contratado por meio de dispensa de licitação. De acordo com uma perícia da Central de Apoio Técnico do MPMG, o valor médio de mercado para apresentações semelhantes da cantora era de R$ 191,5 mil, mas, considerando a localização do município e a duração do show, o preço justo deveria ser em torno de R$ 120 mil. A empresa J Music Editora e Produções Artísticas também foi denunciada naquele caso.
Repercussão do caso
A nova denúncia levanta novamente debates sobre a transparência e gestão de recursos públicos em eventos de pequeno porte. O MPMG defende que o uso inadequado de verbas públicas em shows superfaturados prejudica investimentos em áreas prioritárias como educação, saúde e infraestrutura.
A ação segue em análise pela Justiça, e a decisão pode resultar em suspensão do show e ressarcimento dos valores pagos.