Economia

Dólar sobe e Ibovespa cai em meio a tensões externas e cenário político

Moeda americana avança 0,64%, a R$ 5,4976, enquanto Ibovespa recua 1,31% com investidores reagindo a falas de Trump, expectativa sobre juros nos EUA e pesquisa eleitoral que reforça temor fiscal no Brasil

17/12/2025 às 12:19 por Redação Plox

O dólar iniciou a quarta-feira (17) em alta, avançando 0,64% por volta das 11h55, negociado a R$ 5,4976. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 1,31%, aos 156.495 pontos.

Os negócios são marcados por uma combinação de fatores externos e internos, em meio a uma agenda econômica com poucos indicadores relevantes. Tensões geopolíticas, declarações de autoridades dos Estados Unidos e movimentos da política brasileira ajudam a ditar o humor dos investidores


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Dólar, moeda norte-americana

Dólar, moeda norte-americana

Foto: FreePik

Tensões externas e alta do petróleo

No cenário internacional, investidores acompanham a expectativa por uma nova manifestação de Donald Trump em sua rede social ainda nesta quarta-feira, em meio ao aumento das tensões envolvendo a Venezuela.

Na véspera, o presidente americano afirmou que o país estaria “completamente cercado” e determinou um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem do território venezuelano. Ele também acusou o governo local de se apropriar de petróleo e terras norte-americanas.

O movimento reforça a pressão sobre o mercado de petróleo. Por volta das 10h30, o barril do Brent para fevereiro subia 1,75%, cotado a US$ 59,95, depois de ter registrado na terça-feira o menor nível desde fevereiro de 2021.

Fala do Fed no radar e agenda esvaziada no Brasil

Com a agenda doméstica esvaziada, o foco dos investidores se volta às declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ao longo do dia. Christopher Waller fala pela manhã, seguido por John Williams e Raphael Bostic, em busca de sinais sobre os próximos passos da economia americana e da política de juros.

No Brasil, a nova pesquisa eleitoral Genial/Quaest passou a entrar no radar do mercado, à medida que a corrida presidencial de 2026 começa a ser precificada por investidores. Divulgado na tarde de ontem, o levantamento mostrou o presidente Lula à frente, seguido por Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

Agentes financeiros avaliam que a eventual manutenção do governo atual poderia dificultar ajustes mais robustos nas contas públicas, o que pesa sobre o Ibovespa e o câmbio.

Na terça-feira, em meio à repercussão política, o Ibovespa caiu 2,4% e interrompeu uma sequência de quatro altas seguidas. O índice chegou a tocar a máxima acima dos 162 mil pontos, mas recuou até 158.577 pontos antes do fechamento.

Desempenho de dólar e Ibovespa no acumulado

Dólar

• Acumulado da semana: +0,96%
• Acumulado do mês: +2,39%
• Acumulado do ano: -11,61%

Ibovespa

• Acumulado da semana: -1,36%
• Acumulado do mês: -0,31%
• Acumulado do ano: +31,84%

Reação do mercado à pesquisa Quaest

Analistas atribuem a queda da Bolsa brasileira na terça-feira a uma combinação de fatores políticos e econômicos, que aumentou a cautela e reduziu o apetite por risco.

No campo político, a pesquisa Quaest foi mal recebida pelo mercado por indicar um governo atual mais fortalecido e com chances de reeleição, em um cenário de oposição fragmentada.

De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o resultado levou parte significativa dos investidores a vender ações, exigir juros mais altos na compra de títulos públicos e buscar proteção no dólar.

Wall Street tem dia de cautela

As bolsas de Nova York operam com pouca variação nesta quarta-feira, em um ambiente de prudência, enquanto o petróleo tenta recuperar parte das perdas acumuladas ao longo do ano.

Nos primeiros negócios, o S&P 500 avançava 0,1% após três sessões consecutivas de baixa, ainda próximo de sua máxima histórica. O Dow Jones subia 0,3%, com alta de 162 pontos por volta das 10h35, enquanto a Nasdaq oscilava perto da estabilidade.

As ações de empresas do setor de petróleo lideravam os ganhos, impulsionadas pela decisão de Trump de impor um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. A medida aumenta a pressão sobre o país sul-americano, considerado detentor de algumas das maiores reservas de petróleo do mundo, e sustenta a alta da commodity no mercado internacional.

O barril do petróleo WTI, referência nos EUA, subia 1,4%, a US$ 55,92, um dia após tocar o menor nível desde 2021. Já o Brent, referência global, avançava na mesma proporção, a US$ 59,76 por barril.

Bolsas asiáticas avançam com tecnologia e IA

Na Ásia, as principais bolsas fecharam em alta nesta quarta-feira, interrompendo dois dias de queda. O movimento foi puxado por ganhos expressivos em ações ligadas à inteligência artificial, enquanto investidores tentam calibrar expectativas sobre a trajetória de juros do Federal Reserve.

Em Xangai, o índice local subiu 1,19%, a 3.870 pontos, enquanto o CSI300 avançou 1,83%, a 4.579 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,92%, a 25.468 pontos. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 0,26%, a 49.512 pontos, e Seul avançou 1,43%, a 4.056 pontos.

Na contramão, Taiwan recuou 0,04%, a 27.525 pontos, e Cingapura caiu 0,10%, a 4.575 pontos.

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