Política

Em tom de pré-campanha, Lula projeta 2026 e cobra fortalecimento da esquerda no Congresso

Em reunião no Palácio do Planalto, presidente aponta isenção de IR para salários de até R$ 5 mil como vitrine para 2026, defende mobilização de movimentos sociais e pressiona por acordo Mercosul-União Europeia apesar de entraves políticos na Europa.

17/12/2025 às 10:12 por Redação Plox

Em clima de pré-campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a reunião do Conselho de Participação Social, nesta terça-feira (16/12), no Palácio do Planalto, para projetar a disputa de 2026 e mobilizar a base aliada.

Presidente Lula reuniu representantes de movimentos sociais no Palácio do Planalto

Presidente Lula reuniu representantes de movimentos sociais no Palácio do Planalto

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


Ao lado de representantes de movimentos sociais, Lula exaltou as medidas adotadas pelo governo nos últimos três anos e insistiu na necessidade de ampliar a presença da esquerda no Congresso Nacional, apontada por ele como condição para avançar na agenda econômica e social.

Lula cobra ampliação da base e atuação nas ruas

Durante o encontro, o presidente ressaltou que, apesar de avanços como a aprovação da ampliação da isenção do Imposto de Renda, o governo ainda enfrenta dificuldades em razão da correlação de forças no Legislativo, onde o campo progressista é minoria.

Segundo Lula, a estratégia para os próximos anos passa pela eleição de mais parlamentares alinhados ao governo e pela atuação direta dos movimentos sociais como defensores do mandato nas ruas, dialogando com a população e apresentando resultados, em especial a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, uma das principais apostas do Planalto para o pleito de 2026.

Mercosul, União Europeia e pressão sobre Macron

Na mesma reunião, Lula afirmou esperar a assinatura, no sábado (20/12), do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, durante a 67ª Cúpula do Mercosul e Estados Associados, em Foz do Iguaçu (PR).

O presidente disse que tanto o Mercosul quanto a União Europeia demonstram disposição para concluir o entendimento, mas reconheceu entraves políticos, sobretudo na França, onde o presidente Emmanuel Macron enfrenta resistência de produtores rurais preocupados com a concorrência de produtos do agronegócio brasileiro.

Lula mencionou ainda a expectativa de que a primeira-ministra da Itália, Giorgia Melloni, também dê aval ao acordo, que envolve uma economia conjunta de cerca de 22 trilhões e uma população de 700 milhões de pessoas, segundo ele.

Ao comentar as negociações, o presidente afirmou que o Brasil não concorre diretamente com os produtos agrícolas franceses e argumentou que os dois lados têm perfis e qualidades diferentes, defendendo que o Mercosul está cedendo mais do que a União Europeia nas tratativas e cobrando responsabilidade das lideranças europeias para destravar a assinatura.

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