A implementação do novo modelo da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) começou a valer em todo o país em meio a avanços rápidos e problemas técnicos.

Em poucos dias de vigência das novas regras, o Brasil já registra a primeira habilitação emitida no novo formato, curso teórico concluído em poucas horas, prova aplicada em tempo recorde e redução significativa nos custos para os futuros motoristas.

Enquanto o governo federal corre para apresentar resultados, os Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) pedem mais prazo, relatam falhas em sistemas e chamam atenção para os riscos de uma implementação acelerada de uma reforma que altera toda a lógica de formação de condutores no país.

Primeira CNH digital pelo novo modelo sai na Paraíba

A estreia oficial do novo procedimento aconteceu na Paraíba. O Detran-PB foi o primeiro a emitir uma CNH dentro do processo totalmente digital, concedida a Andreza Lima dos Santos, que iniciou todas as etapas pelo aplicativo do Ministério dos Transportes.

Andreza passou por todas as fases previstas na nova legislação: curso teórico pelo aplicativo, abertura do Renach (Registro Nacional de Carteira de Habilitação), exames médico e psicológico, prova teórica, emissão da LADV (Licença para Aprendizagem de Direção Veicular) digital, aulas práticas com instrutor autônomo — um dos primeiros cadastrados no país — e prova prática no Detran.

Todo o percurso, que tradicionalmente levava meses, foi concluído em apenas alguns dias.

Eu pilotava minha moto sem CNH porque os custos eram muito altos. Agora ficou tudo mais fácil e mais rápido

Andreza Lima dos Santos

Com a combinação das novas medidas, o custo médio para obter a habilitação, que antes podia chegar a R$ 4 mil, caiu para uma faixa entre R$ 700 e R$ 1 mil, dependendo do estado. A mudança no bolso do candidato é um dos principais atrativos da reforma.

Estados correm para aplicar novas regras

Além da Paraíba, São Paulo entrou na disputa por protagonismo na adoção das novidades. O Detran-SP aplicou o primeiro exame teórico dentro das novas diretrizes apenas quatro dias após a publicação das normas federais.

Enquanto algumas unidades da federação exibem rapidez na adaptação, outras ainda enfrentam instabilidades em sistemas e pedem mais tempo para adequar sua estrutura ao novo modelo de formação de condutores.