O Banco Central (BC) anunciou que realizará dois leilões de dólares na próxima segunda-feira (20), totalizando uma oferta de US$ 2 bilhões ao mercado. Essa intervenção visa aumentar a disponibilidade de dólares, uma estratégia para atenuar a valorização da moeda americana frente ao real.
Primeira operação sob novo comando
Essa será a primeira operação desse tipo sob a liderança de Gabriel Galípolo, novo chefe do Banco Central. O leilão ocorrerá na modalidade conhecida como leilão de linha, onde o BC vende dólares de suas reservas internacionais com o compromisso de recomprá-los em datas previamente estabelecidas.
Detalhes das operações
De acordo com comunicado divulgado pelo BC, as propostas para o primeiro leilão serão acolhidas das 10h20 às 10h25 e, para o segundo, das 10h40 às 10h45. As liquidações de venda ocorrerão na quarta-feira (22), enquanto as recompras estão agendadas para 4 de novembro e 2 de dezembro, respectivamente.
A taxa de câmbio utilizada será a da Ptax das 10h do dia do certame. Calculada pelo próprio BC, a Ptax serve como referência para liquidações de contratos futuros e é baseada nas cotações do mercado à vista.
Intervenção no câmbio e impacto esperado
Os leilões de linha são ferramentas utilizadas para regular o mercado de câmbio, aumentando a oferta de dólares e, assim, reduzindo sua cotação. A lei da oferta e demanda dita que uma maior disponibilidade da moeda tende a conter sua valorização.
Até o momento, o BC vinha se limitando a operações tradicionais de rolagem de swaps cambiais. Esta é a primeira oferta extra de dólares da autoridade monetária em 2025, marcando uma mudança significativa na abordagem.
Histórico recente de leilões
Em dezembro, o BC já havia ofertado R$ 32,6 bilhões em leilões extras, tanto na modalidade de linha quanto em vendas sem compromisso de recompra, para atender à demanda sazonal do final de ano. A última operação similar foi realizada em 30 de dezembro de 2024.
Dólar e cenário econômico atual
Nesta sexta-feira (17), o dólar fechou em leve alta de 0,16%, cotado a R$ 6,064. O mercado foi influenciado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Haddad destacou que a cotação atual do dólar é alta considerando os fundamentos econômicos do país e afirmou que o valor ideal seria em torno de R$ 5,70.
Entenda as modalidades de leilão
Leilão de linha: O BC vende dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra em data futura, funcionando como uma espécie de linha de crédito.
Leilão à vista: O BC vende dólares sem compromisso de recompra, aumentando a liquidez imediata do mercado.
Swap cambial: O BC oferece proteção cambial ao travar a cotação da moeda em um valor predeterminado para uma data futura, garantindo estabilidade em momentos de alta volatilidade.
Swap cambial reverso: Inverso ao tradicional, busca evitar uma valorização excessiva do real. Foi usado com maior frequência entre 2010 e 2011.