Michelle critica decisão que barrou Bolsonaro de posse de Trump: “Eles têm medinho do meu marido”

Ex-primeira-dama acompanha evento nos EUA enquanto Bolsonaro enfrenta restrições impostas pelo STF.

Por Plox

18/01/2025 10h49 - Atualizado há 7 meses

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve presente no Aeroporto de Brasília na manhã deste sábado (18) antes de embarcar para os Estados Unidos. Ela acompanhará a posse do presidente eleito Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro. Jair Bolsonaro, no entanto, não participará do evento, pois seu passaporte permanece retido devido a uma decisão judicial.

Críticas à decisão do STF
Michelle Bolsonaro não poupou críticas à decisão que impediu a participação do ex-presidente na posse de Trump. Durante entrevista a jornalistas, afirmou:
“Meu marido está sendo perseguido, mas assim como aqueles que Deus envia serão perseguidos. A gente sabe disso. Espero que Deus tenha misericórdia da nossa nação e do meu marido. Assim como o grande líder, não seria diferente, né? Foi, vamos dizer, o maior líder da direita que elegeu ‘inelegível’, mas que elegeu o maior número de vereadores e prefeitos, e não seria diferente. É um certo medinho que eles têm do meu marido.”

Michelle Bolsonaro Foto: Anderson Riedel/PR

Argumentos da defesa de Bolsonaro
A defesa do ex-presidente apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a devolução temporária do passaporte para que ele pudesse viajar aos Estados Unidos. No requerimento, os advogados enfatizaram que:
“As cautelares impostas ao Peticionário têm sido integralmente cumpridas e respeitadas. E, portanto, nada indica que a pontual devolução do passaporte, por período delimitado e justificado, possa colocar em risco essa realidade. Sendo certo que, em seu retorno, o passaporte será prontamente devolvido a esse E. Supremo Tribunal Federal.”

O convite para a posse de Trump foi recebido por e-mail no dia 9 de janeiro e anexado ao pedido. No entanto, o documento não foi considerado suficiente pelo STF para justificar a liberação.

Decisão de Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes negou o pedido, apontando cinco razões principais:

  1. Falta de comprovação documental: A defesa não apresentou um documento oficial que validasse o convite para o evento. O único elemento fornecido foi um e-mail de remetente não identificado.
  2. Ausência de justificativa relevante: O pedido foi considerado motivado por interesses pessoais e sem caráter urgente ou imprescindível.
  3. Risco de fuga: O histórico do investigado, aliado a declarações públicas que indicaram possibilidade de busca por asilo no exterior, reforçou a necessidade da restrição.
  4. Gravidade das acusações: Bolsonaro enfrenta acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, o que justificaria medidas cautelares rigorosas.
  5. Interesse público superior: A retenção do passaporte foi considerada essencial para a preservação da ordem pública e para o andamento das investigações.

Repercussão das declarações de Bolsonaro
No aeroporto, Jair Bolsonaro também comentou a impossibilidade de viajar:
“Eu represento a direita no Brasil. Lamentavelmente não pude comparecer nesse evento nos Estados Unidos sem ter uma condenação sequer. A imprensa do mundo todo vem noticiando isso daí. Não vão nos vencer por narrativas. Não pode uma pessoa no Supremo Tribunal Federal se achar o dono da verdade, o dono do mundo, decidir o que faz com a vida de quem quer que seja.”

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