Deputado Delegado da Cunha é réu por violência doméstica, revela Fantástico

Vídeo inédito mostra ameaças e agressões do "Delegado da Cunha" contra ex-companheira Betina Grusiecki

Por Plox

18/03/2024 07h10 - Atualizado há 6 meses

O programa Fantástico, da Rede Globo, trouxe à tona no domingo (17) graves acusações de violência doméstica envolvendo o deputado federal Carlos Alberto da Cunha, conhecido como "Delegado da Cunha". Eleito por São Paulo com mais de 180 mil votos, Da Cunha é agora réu por ter agredido fisicamente e verbalmente sua ex-companheira, Betina Grusiecki, de 28 anos. O destaque da reportagem foi um vídeo inédito, gravado por Betina, que documenta insultos e ameaças de morte feitas pelo deputado.

Foto: Câmara dos Deputados

 

No vídeo, é possível ouvir Da Cunha ameaçando Betina, dizendo explicitamente que iria matá-la. Embora o rosto de Betina apareça em poucos momentos, a gravação capta majoritariamente áudio, incluindo uma discussão acalorada e a respiração ofegante dela, seguida de pedidos de socorro. Betina relatou à Justiça que, durante uma discussão no apartamento do casal em Santos, no litoral paulista, o deputado a agrediu verbalmente e, em outra ocasião, a física, batendo sua cabeça na parede e tentando sufocá-la.

O relacionamento, que durou três anos, foi marcado por frequentes discussões e agressões, de acordo com Betina. Ela detalhou episódios de violência tanto verbal quanto física, e o Ministério Público aponta que Da Cunha causou danos materiais e lesões corporais leves a Betina, confirmadas pelo Instituto Médico Legal (IML).

Em defesa, o deputado registrou um boletim de ocorrência alegando ser ele o agredido, e tentou justificar as agressões com razões "psicológicas e espirituais". O Ministério Público, no entanto, concluiu que Betina agiu em legítima defesa. Após o incidente, Da Cunha enviou roupas danificadas e R$ 5 mil a Betina, que foi para a casa do pai.

A Justiça concedeu medidas protetivas a Betina e seus pais contra o deputado, ordenando também a entrega de suas armas. As tentativas de acordo propostas pelo deputado através de ligações para a mãe de Betina foram registradas, mas não houve conciliação.

Confira o diálogo:

- Da Cunha: “Vai correndo para casa da mamãezinha”.

- Betina: “Não. Não vou para casa da mamãe”.

[...]

- Da Cunha: “Pode parar. Pode parar, senão vou te matar aqui”

- Betina: “Vai me matar?”

- Da Cunha: Matar.

- Betina: “Ah, então mata.”

Após esse momento, é possível ouvir a respiração ofegante dela.

Betina grita: “Me solta. Chama a polícia. Chama a polícia! Sai.

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