Polarização política acentua-se nas redes entre Lula e Bolsonaro

Um recente estudo realizado pelo Instituto Brasileiro para Regulamentação da Inteligência Artificial (IRIA) e pela Zeeng, uma plataforma de monitoramento virtual, destaca um crescimento significativo na polarização política entre os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais. Esse fenômeno, intensificado nos últimos meses, sugere uma divisão ideológica que se aproxima dos níveis observados durante o período eleitoral.

Aprofundamento da Divisão Política

Segundo a pesquisa, a polarização tem sido alimentada por eventos políticos e sociais, provocando debates intensos e uma maior fragmentação ideológica na sociedade brasileira. As interações e postagens analisadas no Facebook, Instagram e YouTube, desde o início do ano até 10 de março, revelam essa tendência.

Em termos de "ativo social", que leva em conta o total de seguidores nas três plataformas mencionadas, Bolsonaro viu um aumento de 245 mil novos seguidores, enquanto Lula experimentou uma diminuição de 38,8 mil. Além disso, o atual presidente se mostrou mais ativo, respondendo por 66% das publicações analisadas no período.

Engajamento e Conteúdo nas Redes

O estudo também observou o engajamento gerado por essas postagens, com Bolsonaro alcançando um pico de 372.136 interações em uma publicação no Instagram. Por outro lado, o máximo alcançado por Lula foi de 55.996 interações na mesma rede. Curiosamente, o ex-presidente Bolsonaro obteve mais visibilidade em publicações relacionadas a eventos específicos, como sua defesa em atos na Avenida Paulista e a crise diplomática entre Brasil e Israel. Já Lula concentrou suas publicações em agendas oficiais e momentos pessoais, destacando-se uma imagem sua na Restinga de Marambaia, com a qual buscava transmitir uma mensagem de energia para 2024.

Polarização por Regiões e Perspectivas Futuras

O levantamento apontou ainda que a polarização é mais acentuada em algumas regiões do Brasil, como no Paraná, onde a disputa política é especialmente intensa. Marcelo Senise, coordenador da pesquisa e cientista social, atribui essa particularidade à disputa entre esquerda e direita pela vaga no Senado, potencialmente aberta pela cassação do mandato de Sérgio Moro (União Brasil).