“Só receberá auxílio quem cantar o hino nacional”; mensagem viraliza e provoca ensaios

Vídeo mostra trechos das interpretações do nosso hino nacional

Por Plox

18/04/2021 00h00 - Atualizado há mais de 3 anos

Cantar o hino nacional brasileiro antes de ser um ato que demonstra nacionalismo ou respeito à pátria é, na verdade, para muitos um grande desafio. 


Cantar toda a letra já é quase uma prova de “superioridade“, pois muitos não saem do primeiro verso.

Um vídeo postado nas redes sociais viralizou. Ele mostra trechos das interpretações do nosso hino feitas por alguns brasileiros. Mas errar a letra, confundir os versos e cantar uma melodia totalmente desconexa não é algo que se aplica apenas para os cantores amadores. 

 

Veja o desempenho de alguns brasileiros ao catarem o nosso hino.

 

 

Um dos fatos envolvendo o assunto, que ficou muito famoso, é a participação da cantora Vanusa em um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2009. Embora tenha entrado para história com uma das maiores cantoras da música brasileira, Vanusa passou a ter também em sua biografia este momento, tão comum a muitos brasileiros, de atuação desastrosa ao cantar o nosso hino.

 

O deslize da cantora Vanusa certamente não a desmerece quanto à sua grande contribuição para a música brasileira, principalmente nas décadas de 70 e 80.


Já a cantora Fafá de Belém teve mais sorte em sua interpretação do hino durante a campanha que pedia eleições Diretas já. No movimento ocorrido em 1984, a artista interpretou uma versão lírica de nosso hino.
Embora a versão da cantora paraense seja muito admirada, muitas pessoas não sabem que ao fazer essa interpretação diferenciada Fafá de Belém cometeu um “crime”. Ou melhor, cometeu alguns atos que contrariam a Lei número 5700 de 1 de setembro de 1971, promulgada durante o regime de ditadura militar no Brasil. Por exemplo, em seu art. 24, o documento determina que o hino deverá ser executado sempre no andamento (velocidade) metronômico de uma semínima igual a 120. Mas a versão de Fafá de Belém é muito mais lenta, infringindo este artigo.

O art. 2 diz que é obrigatória que a peça seja executada instrumentalmente na tonalidade de Si bemol. Mas Fafá de Belém cantou no tom Mi bemol.
 

 

A história do Hino Nacional


Muitos não sabem, mas o nosso hino já foi usado para homenagear a data de 7 de abril, data em que se comemora a abdicação do trono feita por Dom Pedro Primeiro. Por isso, ele já foi chamado de Hino 7 de abril. Depois, foi chamado de Marcha Triunfal e finalmente recebeu a denominação oficial de Hino Nacional do Brasil.

 


A melodia foi criada por Francisco Manoel da Silva sendo muito popular a partir do ano 1831, quando tinha versos alusivos à abdicação de Dom Pedro Primeiro. Já na época da coroação de Dom Pedro Segundo, sua letra foi trocada e, devido a sua popularidade, passou a ser considerado o Hino Nacional Brasileiro, mesmo sem ser oficializado.

Quando houve a proclamação da república, os governantes resolveram promover um concurso no qual haveria a escolha do hino que seria considerado oficial. O compositor Leopoldo Miguez ganhou o concurso. Mas a população não queria a troca do hino do qual já gostava muito. O presidente da República Deodoro da Fonseca publicou um decreto em que mantinha o hino anterior o tornando oficial e, em respeito ao compositor que ganhou o concurso, a criação deste passou a ser chamada de Hino da Proclamação da República.


Veja a letra do Hino
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do novo mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques tem mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
 

 

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