De Ipatinga para as novelas: designer assina joias de Odete Roitman em 'Vale Tudo'
Carlos Penna, designer mineiro que começou na arquitetura, criou acessórios exclusivos para novelas da Globo e artistas renomadas
Por Plox
18/05/2025 08h33 - Atualizado há 2 dias
Ao olhar para uma joia assinada por Carlos Penna, é comum se perguntar: seria isso um acessório ou uma pequena escultura? Com peças que esbanjam criatividade, ousadia e formas inusitadas, o designer mineiro natural de Ipatinga se destaca no cenário da joalheria autoral brasileira.

A expressividade de seu trabalho chamou a atenção da equipe da novela 'Vale Tudo', atualmente em remake na TV Globo, que o convidou para criar acessórios para a emblemática vilã Odete Roitman, vivida por Debora Bloch. Entre os itens desenvolvidos, estão broches exclusivos, criados especialmente para a personagem, que despreza tudo o que não seja único. Outros personagens, como Maria de Fátima (Bella Campos) e Celina (Malu Galli), também passaram a usar peças de Penna na trama.
Os anéis usados por Maria de Fátima, por exemplo, tornaram-se verdadeiros objetos de desejo, sendo replicados e vendidos como bijuterias em diversas lojas. Apesar da preocupação inicial com as cópias e a dificuldade de patenteamento, Carlos Penna reconheceu que o fenômeno era inevitável. “O anel ficou conhecido como o da Bella Campos, mas só o nosso é o original”, ressalta o designer.
Essa não foi a estreia de Penna na televisão. Suas joias já marcaram presença em outras novelas globais, como “Dona de Mim”, “A Dona do Pedaço”, “Verdades Secretas” e “Travessia”. Na produção da plataforma Max, “Beleza Fatal”, ele foi responsável por cerca de 90% das joias da personagem Lola, interpretada por Camila Pitanga. “Os brincos da Lola têm uma identidade própria”, comenta.
O reconhecimento pelas aparições nas telas impulsionou a procura por suas peças, que também conquistaram celebridades como Xuxa, Ludmilla, Pablo Vittar, Alice Carvalho e Vera Holtz. Esta última, inclusive, conheceu os acessórios durante uma visita a Belo Horizonte e chegou a recomendar as joias pessoalmente para outras pessoas enquanto fazia compras.
A trajetória de Carlos Penna começou na arquitetura, área que cursou até o sexto período. Mais tarde, migrou para a moda e se especializou em design de acessórios, incorporando noções arquitetônicas às suas criações. “O acessório flerta mais com a arquitetura do que com a moda em si”, avalia.
Em 2015, fundou oficialmente sua marca, que já no primeiro ano desfilou no Minas Trend e recebeu prêmio de empresa tendência. Após alcançar 80 lojas em atuação, Penna decidiu dar um passo atrás para fortalecer a identidade da marca. Abriu lojas próprias em Belo Horizonte, no bairro Serra, e em São Paulo, no bairro Pinheiros.
Na semana passada, foi inaugurado seu terceiro espaço físico, o segundo em São Paulo, localizado no centro da cidade. Com 320 m², o local funciona como loja conceito e também abriga exposições. Já a fábrica da marca continua sediada em Ipatinga, cidade natal do designer, onde ele mantém sua equipe de longa data em um espaço recentemente ampliado.
A experimentação é marca registrada no processo criativo de Carlos Penna. Um dos materiais mais recentes desenvolvidos por ele foi a pedra têxtil, feita a partir da trituração de tecidos e minerais, resultando em uma composição leve e brilhante, ideal para peças grandes e confortáveis. Ele também explorou a madrepérola, que exige atenção especial por sua delicadeza.
Celebrando uma década de existência, a marca Carlos Penna lançou no domingo (18) a coleção “Tilt”. A nova linha resgata elementos do passado, ao mesmo tempo em que cria novas narrativas visuais para diferentes tipos de mulheres. “Saímos da nossa zona de conforto. É uma coleção que me deixa muito feliz”, afirma Penna.