Mineiro sem emprego no Brasil se alista e atua em missões secretas na guerra da Ucrânia

Sem oportunidades em Muriaé, Rafael do Vale, de 27 anos, integra grupo de elite militar ucraniano após passagem pela Legião Estrangeira Francesa

Por Plox

18/05/2025 13h18 - Atualizado há 1 dia

Rafael do Vale, um jovem de 27 anos nascido e criado em Muriaé, Minas Gerais, encontrou na guerra da Ucrânia uma nova direção para sua vida após não conseguir se recolocar profissionalmente no Brasil. Desde fevereiro de 2025, ele atua como integrante do Grupo de Operações Especiais (GUR) da Ucrânia, vivendo em uma base secreta na capital Kiev e participando de missões sigilosas pelo território ucraniano.


Imagem Foto: Rede Social


Com uma trajetória que inclui dois anos na Legião Estrangeira Francesa, Rafael contou que o desejo de ajudar civis foi determinante para que retornasse à vida militar. Ele havia deixado a carreira internacional para se casar e viver perto da família, mas a escassez de oportunidades em sua cidade o levou a buscar novamente um caminho no exterior.

“Decidi voltar por três motivos: o Brasil não valoriza os militares, Muriaé está muito difícil para conseguir um bom emprego e, por ideologia, percebi que os inocentes na Ucrânia precisavam de ajuda”


, explicou.


Imagem Foto: Arquivo Pessoal

Após realizar provas teóricas e físicas de alto nível de dificuldade, Rafael foi aceito no GUR. Embora os detalhes das missões sejam mantidos sob rigoroso sigilo, ele revelou que a estrutura oferecida aos soldados é completa, com veículos blindados, água potável, aquecimento, alimentação e energia solar para manter a comunicação com a família.


“Me acostumei com os mísseis, os drones, os ataques... mas nunca com os inocentes sofrendo


”, desabafa Rafael, que mantém contato quase diário com os parentes graças a uma placa solar portátil usada para carregar celulares nas missões.



O apoio dos ucranianos tem sido um incentivo constante para o brasileiro.

“Sempre que estamos nas ruas, fardados, as pessoas agradecem. Elas sabem que estamos ali para protegê-las”


, relatou. Rafael também mencionou que conta hoje com cerca de 20 companheiros brasileiros e americanos em sua unidade, alguns deles já feridos em combate, mas todos sobreviventes.


Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, mais de 12.300 civis morreram na Ucrânia, segundo dados da ONU, incluindo pelo menos 650 crianças. No ano de 2024, foram registrados mais de 45 mil soldados russos mortos, sendo este o ano mais letal desde o início do conflito. Além disso, cerca de 3,7 milhões de ucranianos estão deslocados internamente devido à guerra.



A atuação de brasileiros em conflitos internacionais, como a de Rafael, chama a atenção pela motivação humanitária e pela busca por reconhecimento e estabilidade, frente às limitações enfrentadas em seu país de origem.


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