Secretário de Educação de Barueri é exonerado após falas sobre alunos com deficiência
Celson Furlan foi afastado do cargo após dizer que crianças com deficiência não têm condições de aprender, gerando ampla repercussão
Por Plox
18/05/2025 06h55 - Atualizado há 2 dias
O secretário de Educação da cidade de Barueri, Celson Furlan, foi exonerado de suas funções após declarações que geraram forte repercussão e indignação. Durante uma reunião com diretores da rede municipal, realizada recentemente, Furlan proferiu falas consideradas preconceituosas a respeito de alunos com deficiência.

A gravação da reunião veio à tona por meio das redes sociais e, no áudio, é possível ouvir o então secretário orientando os servidores a evitarem aceitar alunos com deficiência nas unidades escolares. Segundo ele, muitas dessas crianças não seriam moradoras de Barueri, utilizando documentos falsos para conseguir vagas na rede municipal. Ele ainda alegou que esses alunos seriam financeiramente onerosos para o município e que mães estariam matriculando os filhos apenas como forma de “se livrar deles”.
\"O cadeirante que não mexe nenhum membro do corpo, todinho torto, todinho deficiente, não tem condição de aprender nada\", afirmou Furlan durante a reunião.
Em outro trecho, declarou que uma criança com autismo exige o mesmo cuidado que vinte alunos típicos e que o município não teria como atender a todos os casos. Segundo ele, seria necessário que as mães procurassem outras soluções e evitassem matricular filhos em situações severas nas escolas da cidade.
Após a repercussão negativa do conteúdo, o próprio Celson Furlan se manifestou nas redes sociais. Ele afirmou que o trecho divulgado foi retirado de contexto e fazia parte de uma discussão técnica sobre melhorias na infraestrutura para alunos com deficiência. “Barueri é referência em educação inclusiva”, declarou o ex-secretário, reiterando que sua intenção não foi desrespeitar ninguém.
A Prefeitura de Barueri também se posicionou. Em nota oficial, lamentou o episódio e confirmou a exoneração de Furlan, ocorrida na sexta-feira (16). O comunicado ressaltou o compromisso da administração municipal com uma política ética e inclusiva voltada ao atendimento de pessoas com deficiência nas escolas da cidade.
O caso segue repercutindo e reacende o debate sobre a inclusão e o preparo de profissionais da educação para lidar com a diversidade nas salas de aula.