Copom decide hoje se interrompe alta da Selic, no maior nível em quase 20 anos
Mercado está dividido entre manter a taxa em 14,75% ao ano ou aplicar mais uma elevação antes de encerrar o ciclo
Por Plox
18/06/2025 12h28 - Atualizado há 3 dias
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (18) para decidir se interrompe o atual ciclo de elevações na Taxa Selic, atualmente no patamar de 14,75% ao ano. A decisão ocorre em meio a um cenário de desaceleração da inflação, mas ainda com pressões sobre preços, como no caso da energia.

Essa é a maior taxa básica de juros desde agosto de 2006 e já acumula seis aumentos consecutivos desde setembro do ano passado. O ciclo começou com uma alta de 0,25 ponto percentual, seguida por uma de 0,5 ponto, três de 1 ponto percentual e mais uma de 0,5 ponto.
O mercado está dividido: uma parte aposta na manutenção da Selic, enquanto outra prevê uma última alta, levando a taxa a 15% ao ano. Na última reunião, em maio, o Copom sinalizou que os efeitos do aumento nos juros começam a ser sentidos na economia, mas não adiantou os próximos passos. Afirmou apenas que é preciso garantir que os canais de transmissão da política monetária estejam desobstruídos.
A pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo BC, indica que a Selic deve se manter em 14,75% até o fim de 2025, com possibilidade de redução somente em 2026. O IPCA, principal indicador da inflação, caiu para 0,26% em maio, acumulando 5,32% em 12 meses. A estimativa para 2025 também foi revista para 5,25%, acima do teto da meta contínua de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional.
A Selic é referência para as demais taxas da economia e usada nas negociações de títulos públicos. Quando aumentada, tende a conter a demanda, encarecendo o crédito e incentivando a poupança, o que reduz a inflação, mas pode limitar o crescimento econômico.
Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando o consumo e a produção, com impacto direto sobre a atividade econômica e o controle da inflação.
As reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias, com dois dias de duração. No primeiro, são feitas análises técnicas e no segundo, os diretores do BC definem a taxa. A decisão será anunciada no final do dia.
Desde janeiro, a meta de inflação passou a ser contínua, com índice apurado mensalmente em janelas móveis de 12 meses. A meta é de 3%, podendo variar entre 1,5% e 4,5%. O último Relatório de Inflação do BC, publicado em março, mantinha a estimativa de IPCA em 5,1% para 2025, valor que pode ser revisto no novo relatório previsto para o fim deste mês.