Criança morre após picada de escorpião e médica é indiciada por negligência em MG

Mesmo com soro disponível e recomendação de outros profissionais, médica optou por não aplicar antídoto em menino de 4 anos, que morreu no dia seguinte

Por Plox

18/06/2025 12h12 - Atualizado há 3 dias

Uma tragédia ocorrida em Itanhomi, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, levou ao indiciamento de uma médica de 45 anos por negligência médica. A criança, um menino de apenas 4 anos, morreu após ser picada por um escorpião e não receber o tratamento adequado, mesmo com o antídoto disponível no hospital local.


Imagem Foto: Pixabay


O caso aconteceu em 16 de setembro de 2023, quando o garoto deu entrada na unidade de saúde com sintomas claros de envenenamento por escorpião. Apesar da gravidade e das orientações de outros profissionais que indicavam a necessidade imediata de aplicação do soro antiescorpiônico, a médica responsável decidiu apenas monitorar o estado da criança, sem iniciar o tratamento adequado.



Horas depois, ela optou por liberar o menino. Somente após a insistência de uma outra funcionária do hospital, os familiares buscaram ajuda médica especializada em Governador Valadares, a cerca de 54 quilômetros de distância. O menino foi internado na UTI infantil da cidade, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.



A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu as investigações nesta terça-feira (17) e afirmou que houve falha grave no atendimento inicial. O laudo do Instituto Médico-Legal confirmou que a morte foi provocada diretamente pela picada do escorpião, agravada pela ausência de tratamento imediato. A apuração incluiu depoimentos, análise de documentos e exames técnicos.


Além de apontar a negligência no atendimento, o relatório policial indicou que a médica contrariou as diretrizes do Ministério da Saúde, desrespeitando normas técnicas essenciais para casos como esse. Segundo o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Luiz Nalon Moreira, o episódio representa uma falha grave na conduta médica, que poderia ter sido evitada com a observância dos protocolos de emergência.


A Polícia Civil também recomendou o afastamento temporário da profissional de suas atividades, com base na avaliação de que sua conduta revelou despreparo técnico e emocional, oferecendo riscos a outros pacientes.


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