Desembargador é denunciado por envolvimento em esquema com ex-policial mineiro

Segundo a PGR, Ivo de Almeida teria usado seu cargo no TJSP para beneficiar Marcos André de Almeida, ex-policial civil de Minas Gerais

Por Plox

18/06/2025 10h39 - Atualizado há 12 dias

Em uma ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o desembargador Ivo de Almeida, que atua no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi formalmente denunciado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A acusação envolve crimes graves, incluindo corrupção passiva, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e associação criminosa.


Imagem Foto: Tribunal de justiça de SP


Além do magistrado, a denúncia abrange seu filho, Ivo de Almeida Júnior, e mais três envolvidos. Todos são apontados como participantes de um esquema ilegal de comercialização de decisões judiciais, revelado em 2024 pela Operação Churrascada, conduzida pela Polícia Federal.



A investigação revelou que Ivo de Almeida utilizou sua posição privilegiada e acessos a sistemas restritos do Judiciário para beneficiar o ex-policial civil de Minas Gerais, Marcos André de Almeida. Conforme indicado pela PGR, o desembargador também se valeu de sua rede de contatos entre outros juízes para oferecer vantagens ao ex-agente mineiro.



Mensagens interceptadas pela PF mostram que Marcos André procurou diretamente o desembargador, buscando informações sobre os acusadores que o implicavam em casos de corrupção. Em resposta, Ivo de Almeida teria até sugerido linhas de defesa para que o ex-policial pudesse usar em sua estratégia jurídica.



A defesa do desembargador, representada pelo advogado Átila Machado, rebateu as acusações com veemência. Em nota oficial, ele declarou:
“A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal é um rematado absurdo. Restou sobejamente provado que nunca houve venda de sentença ou qualquer tipo de favorecimento por decisão judicial proferida pelo Desembargador Ivo de Almeida”

. O advogado ainda afirmou que as provas citadas pela acusação são frágeis e que nenhuma das testemunhas listadas presenciou qualquer irregularidade.


A denúncia reacende o debate sobre integridade no sistema judiciário brasileiro e os limites da influência de agentes públicos. O caso segue agora sob análise do STJ, que decidirá os próximos passos judiciais em relação ao desembargador e aos demais envolvidos.


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