Plano mortal: advogados presos por mandar matar casal para tomar R$ 15 milhões
Segundo a polícia, os crimes foram planejados para obter o patrimônio de empresários que não tinham herdeiros diretos. Vítimas foram encontradas mortas em abril
Por Plox
18/06/2025 12h24 - Atualizado há 3 dias
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta terça-feira (17), dois advogados acusados de tramar e mandar matar um casal de empresários em São Pedro, com o objetivo de assumir um patrimônio avaliado em R$ 15 milhões. As vítimas eram clientes dos acusados há cerca de dez anos e não tinham filhos.

Os presos são Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira. Eles foram detidos na residência onde moravam, localizada em um condomínio de luxo no município de São Carlos, no interior do estado. A investigação aponta que o casal de advogados elaborou um plano para ficar com os bens de José Ometo Pavan, de 59 anos, e Rosana Ferrari, que atuavam, respectivamente, como comerciante e proprietária de uma escola de educação infantil em Araraquara.
Os corpos de Pavan e Rosana foram localizados na noite de 6 de abril, dentro de uma picape Fiat Toro abandonada em uma área rural de São Pedro. O comerciante estava amarrado dentro do veículo, enquanto Rosana foi encontrada na caçamba, coberta com uma lona.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os advogados também são acusados de enganar o casal com supostas despesas processuais inexistentes, gerando um prejuízo milionário. Para a polícia, os suspeitos produziram documentos e até uma ação judicial falsa para justificar os depósitos.
O relacionamento entre vítimas e advogados começou em 2013, quando os empresários lançaram um empreendimento de flats em São Carlos. Como o projeto não foi concluído, compradores acionaram a Justiça pedindo ressarcimento. Na tentativa de proteger o patrimônio, Pavan e Rosana criaram uma holding, colocando os bens em nome da empresa — que foi registrada em nome dos advogados, segundo a investigação.
Após a apropriação total do patrimônio, os homicídios teriam sido encomendados.
O advogado de defesa do casal, Reginaldo Silveira, declarou à EPTV que a acusação carece de provas concretas. “Trata-se de um caso curioso, pois as provas são frágeis em relação ao homicídio. Vamos demonstrar que existia apenas uma relação profissional entre as partes”, afirmou.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está acompanhando o desenrolar do caso.
As investigações seguem em andamento, com a coleta de depoimentos e análise de documentos para esclarecer todas as circunstâncias do crime.