Prejuízo de R$ 5 milhões: quadrilha furtava baterias de antenas de telefonia
Grupo investigado por quatro crimes contava com pai e filho entre os membros; um dos suspeitos se entregou nesta semana
Por Plox
18/06/2025 11h43 - Atualizado há 3 dias
Um novo capítulo foi revelado nesta semana nas investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre uma quadrilha especializada no furto de baterias de lítio de antenas de transmissão de dados. Na segunda-feira (16), mais um suspeito, que estava foragido desde maio, se entregou às autoridades após ser convencido por familiares.

A quadrilha, que atua de maneira organizada, já causou um prejuízo estimado em R$ 5 milhões a duas empresas de telecomunicações. Entre os quatro membros identificados, estão pai e filho, desmascarados após análise de imagens de segurança e redes sociais. O grupo é investigado por pelo menos quatro furtos qualificados.

O delegado Alessandro Santa Gema, da 4ª Delegacia Centro, explicou que o suspeito preso mais recentemente teve sua prisão preventiva decretada após participação em crime ocorrido em 7 de março, em Caeté. “Ele faz parte de uma quadrilha estruturada, especializada nesse tipo de crime”, afirmou.
Essas baterias, que podem custar até R$ 10 mil cada, são oriundas da China e também utilizadas em fazendas solares. Elas são fundamentais para o funcionamento ininterrupto das antenas, mesmo em caso de queda de energia, operando como sistemas de no-break.
Durante a apuração, a polícia descobriu que o mentor do grupo, de 54 anos, foi preso em flagrante em 14 de março, ao tentar furtar uma antena no bairro Novo Gameleira, em Belo Horizonte. Na ocasião, os investigadores perceberam um elo familiar entre ele e outro membro do grupo, que o chamava de “pai”. O filho, já conhecido por tráfico de drogas e receptação, foi então identificado.
Outro integrante ainda está foragido. Trata-se de Leriton Oliveira Ribeiro, de 29 anos, que já foi preso anteriormente portando uma pistola banhada a ouro. A polícia suspeita que ele possa estar na região de Esmeraldas, mas a localização ainda não foi confirmada.
Os criminosos, embora sem vínculo com operadoras de telefonia, demonstravam conhecimento técnico. Apenas o mentor do grupo possuía experiência como mecânico, o que facilitava a retirada dos equipamentos. Além das baterias, o grupo também furtava aparelhos de ar-condicionado das antenas, depois revendidos em ferros-velhos.
Dois veículos utilizados nas ações foram apreendidos. Um deles, uma Saveiro, aparece em imagens de segurança durante os furtos. O outro automóvel, com origem ainda não comprovada, pode ter sido comprado com o lucro das atividades criminosas.
Em um dos episódios mais impactantes, ocorrido em agosto do ano passado, o furto de baterias em uma antena na Serra do Cipó resultou na interrupção total dos serviços de internet e telefonia na região. A falta de energia de reserva danificou os circuitos e afetou milhares de usuários.
Essa é a segunda quadrilha presa pela 4ª Delegacia Centro em crimes do mesmo tipo. Em fevereiro, outro grupo foi detido, desta vez composto por funcionários terceirizados de empresas prestadoras de serviço, que possuíam até chaves de acesso às antenas.