Trump Media e Rumble processam Moraes por suposta perseguição a Eduardo Bolsonaro
Empresas americanas alegam que ministro do STF promove repressão política contra opositores de Lula, incluindo o deputado e o blogueiro Allan dos Santos
Por Plox
18/06/2025 10h46 - Atualizado há 12 dias
A Justiça dos Estados Unidos voltou a citar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em nova ação movida pelas empresas norte-americanas Trump Media, ligada ao presidente Donald Trump, e a plataforma Rumble. A medida, datada de 6 de junho, acusa o magistrado brasileiro de usar seu poder para perseguir politicamente opositores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A ação menciona diretamente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro de direita Allan dos Santos como alvos de uma campanha judicial liderada por Moraes. As empresas afirmam que o ministro emitiu decisões que afetam autoridades eleitas, jornalistas, juristas, artistas e cidadãos privados — muitos deles críticos do presidente Lula ou de instituições sob influência do ministro.
De acordo com os requerentes, essas ordens judiciais reprimem sistematicamente a dissidência, inclusive de cidadãos e residentes nos Estados Unidos. As medidas, ainda segundo o processo, incluem bloqueio de contas, congelamento de bens e imposição de multas, sob o argumento de combater fake news e discurso antidemocrático.
Um dos casos destacados envolve Eduardo Bolsonaro, que anunciou em março deste ano a intenção de pedir autoasilo político nos EUA, citando perseguição por parte do STF. Segundo o processo, Moraes cogitou restringir o uso do passaporte do deputado como parte de uma investigação criminal. Eduardo tem denunciado publicamente o que considera uma tentativa de criminalizar sua atuação política. Ele alega que permanece nos EUA por temer ser preso por retaliações.
O processo também aborda o caso do influenciador bolsonarista Allan dos Santos, cuja contas foram bloqueadas após ele divulgar supostos prints falsificados implicando Moraes em planos contra Jair Bolsonaro. As empresas alegam que o bloqueio das contas viola princípios fundamentais de liberdade de expressão garantidos pela Constituição dos EUA.
A citação afirma que, em solo americano, essas ordens judiciais de Moraes extrapolam os limites da jurisdição brasileira e ameaçam o debate livre.
“Nenhuma imposição extraterritorial ou extrapolação judicial estrangeira pode sobrepor-se às liberdades protegidas pela Constituição e pelas leis dos EUA”
, diz um trecho da ação.
Por fim, os autores sustentam que essas práticas visam consolidar o controle de Moraes sobre o discurso público no Brasil, utilizando procedimentos sigilosos e medidas punitivas como ferramentas para suprimir críticas e silenciar adversários políticos. O ministro tem agora 21 dias para responder formalmente ou contestar a ação.