Crime de furto e roubo de celulares atinge alta em São Paulo; 15 das 50 cidades mais afetadas estão no estado

Crescimento alarmante de furtos e roubos de celulares em SP

Por Plox

18/07/2024 14h16 - Atualizado há 3 meses

São Paulo registrou um caso de furto ou roubo de celular a cada 1 minuto e 42 segundos em 2023, conforme o 18º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18). O estado somou 158.150 furtos e 137.891 roubos de aparelhos, apesar de uma queda de 12,2% em comparação a 2022.

15 cidades paulistas entre as mais afetadas Dentre os 50 municípios brasileiros com as maiores taxas de subtração de celulares por 100 mil habitantes, 15 estão em São Paulo. A capital paulista foi a terceira cidade do país com o maior índice, ficando atrás apenas de Manaus (AM) e Teresina (PI).

Modus operandi dos criminosos Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, explicou que 71,4% dos furtos ocorreram em vias públicas. "É comum gangues de bicicletas ou motos surpreenderem as vítimas quando estão usando seus aparelhos nas ruas, buscando acessá-los desbloqueados para invadir aplicativos de bancos e transferir recursos rapidamente", afirmou Bueno no Anuário.

Padrões de furtos e roubos Os furtos ocorrem mais aos fins de semana e em horários menos movimentados, como finais de manhã e tarde. Já os roubos acontecem durante a semana, em horários de pico, como início da manhã e noite. As marcas mais visadas pelos criminosos foram Samsung (37,4%), Motorola (23,1%), Apple (25%) e Xiaomi (10%).

Impacto econômico e contexto internacional A prática de furtos e roubos de celulares é um problema crescente em vários países. Nos EUA, esses crimes são comuns há uma década e no Reino Unido houve um aumento de 20%. Um relatório da Interpol de 2014 mostrou que o lucro das redes transnacionais de roubo e receptação de celulares na América Latina chegava a US$ 500 mil.

Estelionatos em ascensão O aumento dos furtos e roubos de celulares impulsiona outros crimes, como estelionatos e golpes virtuais. Os crimes de estelionato cresceram 8,2% no Brasil em 2023, com São Paulo registrando um aumento de 22,7% — quase o triplo da média nacional. A falta de distinção entre modalidades de estelionato pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo ainda dificulta a tipificação precisa desses crimes, adicionada ao Código Penal em 2021.

A crescente subtração de celulares em São Paulo e no Brasil reflete a alta rentabilidade desses crimes, exacerbada pela popularização dos smartphones e sua utilização em transações financeiras. A transformação digital e a falta de investimentos em segurança cibernética contribuem para a ascensão de estelionatos e outras fraudes eletrônicas, impondo desafios significativos para as autoridades e a sociedade.

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