Minas Gerais enfrenta aumento de casos de febre oropouche com impacto no Vale do Aço

Alerta de saúde pública para grávidas devido ao risco da doença

Por Plox

18/07/2024 13h09 - Atualizado há cerca de 2 meses

Minas Gerais registrou 83 casos de febre oropouche desde o final de maio até 15 de julho, com 94% desses casos concentrados no Vale do Aço. O mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim, é o vetor da doença, cujos sintomas se assemelham aos da dengue.

Foto: Lauren Bishop/CDC/Divulgação

Impacto regional e medidas preventivas

No Vale do Aço, Joanésia e Coronel Fabriciano lideram com 30 casos cada, seguidos por Timóteo com 15 e Ipatinga com três. Outras regiões afetadas incluem Gonzaga, Congonhas e Belo Horizonte. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais está monitorando a evolução dos casos e conduzindo investigações epidemiológicas através do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas).

Risco para gestantes

Uma nova preocupação surgiu após o Ministério da Saúde emitir um alerta para grávidas, baseado em um estudo do Instituto Evandro Chagas (IEC). A pesquisa detectou anticorpos da febre oropouche em casos de abortamento e microcefalia, sugerindo uma possível transmissão vertical do vírus da mãe para o bebê. A descoberta foi feita ao analisar amostras de soro e líquor de fetos e recém-nascidos com microcefalia, descartando outras infecções como zika e chikungunya.

Recomendações do Ministério da Saúde

Com base nas evidências atuais, o Ministério da Saúde recomenda que grávidas evitem contato com o mosquito maruim e intensifiquem o uso de repelentes. Profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais da doença e preencher fichas de notificação compulsória. A SES de Minas Gerais está se alinhando às diretrizes do Ministério para ampliar as investigações e divulgar informações no território.

Conheça a febre oropouche

Transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, a febre oropouche se desenvolve em locais úmidos e pode causar complicações como meningite e encefalite, especialmente em imunossuprimidos. Os sintomas incluem febre súbita, dor de cabeça, náuseas, diarreia, vômitos, dores musculares e nas articulações, e sensibilidade à luz. Esses sintomas geralmente duram uma semana, mas podem retornar após 7 a 14 dias em até 60% dos casos.

Orientações específicas para gestantes

  • Evitar áreas com alta concentração de insetos.
  • Utilizar telas de malha fina em portas e janelas.
  • Vestir roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas.
  • Manter ambientes limpos, evitando acúmulo de folhas e frutos no solo.
  • Seguir as orientações das autoridades de saúde locais em caso de confirmação de casos na região.

A febre oropouche representa um desafio emergente para a saúde pública em Minas Gerais, exigindo atenção redobrada das autoridades e da população, especialmente das gestantes, para mitigar os riscos e controlar a disseminação da doença.

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