Moro e Deltan comparam decisões judiciais sobre Lula e Bolsonaro
Após medidas do STF contra Bolsonaro, ex-integrantes da Lava Jato criticam restrições e ressaltam liberdade de Lula mesmo após condenação
Por Plox
18/07/2025 14h17 - Atualizado há cerca de 13 horas
As recentes restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal ao ex-presidente Jair Bolsonaro provocaram reações de dois nomes emblemáticos da Operação Lava Jato. O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) saíram em defesa do ex-mandatário e compararam seu tratamento com o concedido ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante e após os processos da operação.

Em publicações nas redes sociais, ambos os ex-integrantes da força-tarefa destacaram que Lula jamais teve sua liberdade de expressão cerceada, mesmo nos períodos mais críticos de seu processo judicial. Moro ressaltou que, diferentemente do caso de Bolsonaro, o petista pôde se comunicar livremente, mesmo enquanto respondia às acusações.
\"Lula nunca sofreu restrições em sua liberdade de se comunicar ou de se manifestar publicamente antes do seu julgamento. É um precedente perigoso fazer isso com o ex-Presidente Bolsonaro ou contra qualquer acusado\", escreveu Moro, que atualmente exerce mandato no Senado.

Deltan Dallagnol, que teve seu mandato de deputado federal cassado, reforçou esse posicionamento, lembrando que Lula teve acesso a redes sociais e à imprensa até mesmo enquanto cumpria pena na sede da Polícia Federal em Curitiba. Segundo ele, essa diferença de tratamento evidencia uma atitude que considera censura por parte do Judiciário.
\"Durante a Lava Jato, Lula nunca foi impedido de usar redes sociais, dar entrevistas e se comunicar com quem quisesse. Nem depois de condenado e preso. Mas hoje, Moraes impede Jair Bolsonaro de usar redes sociais, tolhindo sua liberdade de expressão presente e futura\", afirmou Deltan.
O comentário também incluiu críticas ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, a quem Deltan acusou de negar a existência de censura no Brasil em correspondência com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A reação dos dois ocorreu após uma operação da Polícia Federal na manhã de sexta-feira (18), executada sob ordens do ministro Alexandre de Moraes. A ofensiva contra Bolsonaro incluiu buscas e apreensões, além da imposição de uma tornozeleira eletrônica.
Segundo as determinações judiciais, Bolsonaro deve respeitar um recolhimento domiciliar das 19h às 6h durante os dias úteis, permanecendo em casa em tempo integral nos fins de semana, feriados e dias de folga. A decisão também o proíbe de manter contato com diplomatas estrangeiros e com outros investigados pelo STF, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos.
As medidas aumentaram a tensão política e motivaram manifestações de aliados do ex-presidente, que têm utilizado as redes sociais para criticar a postura do Judiciário e alertar para o que consideram um desequilíbrio institucional no tratamento de líderes políticos.