Plox flagra chegada de Bolsonaro a casa em Brasília; ex-presidente está proibido de sair até segunda

O PLOX registrou o momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro retornou à sua residência em Brasília, após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que resultou na imposição de medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Entre as restrições determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está o recolhimento obrigatório entre 19h e 6h nos dias úteis e durante todo o final de semana. Bolsonaro classificou as determinações como uma “suprema humilhação”. Na decisão, Moraes afirma que o ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro, teriam feito uma “confissão flagrante” de atos criminosos com o intuito de coagir e obstruir a Justiça. Veja mais detalhes na Live.

Em declaração à imprensa após deixar a sede da Polícia Federal, Bolsonaro voltou a alegar perseguição e negou envolvimento em qualquer plano de ruptura institucional. Disse ainda que não há provas contra ele e criticou o que chamou de ações contínuas para desgastá-lo. \"É uma humilhação. Não tem nada de concreto contra mim. Ficam o tempo todo fustigando\", afirmou a jornalistas.

As medidas contra o ex-presidente foram defendidas por Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, ministros da Primeira Turma do STF, que julga o caso de forma virtual em sessão extraordinária. A votação vai até a próxima segunda-feira, mas já há maioria formada para manter a decisão do relator.

Bolsonaro também está proibido de deixar a comarca onde reside, em Brasília, e de se aproximar de consulados e embaixadas de países estrangeiros, além do  impedimento de uso de redes sociais e de manter contato com investigados. O STF alegou risco de fuga, justificando a necessidade das medidas. Moraes destacou que Bolsonaro agiu conscientemente de forma ilícita ao lado do filho, Eduardo Bolsonaro, em ações com o objetivo de obstruir a Justiça.

Durante operação deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e em endereços ligados ao PL, partido ao qual é filiado. Foram apreendidos cerca de US$ 14 mil, R$ 8 mil em espécie, além de seu celular e um pen drive contendo uma ação judicial da plataforma Rumble contra Moraes nos Estados Unidos.

Bolsonaro comentou brevemente sobre a acusação envolvendo Eduardo Bolsonaro, hoje nos EUA, e afirmou que o filho está em contato com o parlamento americano. Segundo ele, os Estados Unidos são símbolo de liberdade e democracia, o que tornaria, em sua visão, as acusações inaceitáveis.

Também negou qualquer plano de deixar o país, além de ter afirmado que não pretende recorrer a organismos internacionais \"por enquanto\". Durante a entrevista, criticou o governo Lula nas relações exteriores e disse que o Brasil enfrenta retaliações comerciais devido à postura do atual governo.

Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

O ex-presidente também abordou a suposta minuta de decreto relacionada a um golpe de Estado: “Você viu a minuta? Nós pedimos, não tem. Não posso pensar? Você quer criminalizar o meu pensamento?”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu a condenação de Bolsonaro no Supremo, afirmando que ele teria alimentado diretamente o caos social após a derrota eleitoral em 2022. Caso condenado pelos crimes apontados — como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e dano ao patrimônio público — a pena pode ultrapassar 40 anos.

Em 2023, Bolsonaro já havia sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-se inelegível até 2030.

Foto: PLOX

Nota Oficial do Partido Liberal

O Partido Liberal manifesta estranheza e repúdio diante da ação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (18), que incluiu mandados de busca na residência do presidente Jair Bolsonaro e na sala que ocupa na sede nacional do partido.

Se o presidente Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades, o que justifica uma atitude dessa?

O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação.

Reafirmamos nossa confiança no presidente Jair Bolsonaro, seu compromisso com o Estado Democrático de Direito e com a verdade.

Valdemar Costa Neto

Presidente Nacional do Partido Liberal