Ex-funcionários expõem controle e regras rígidas na casa de Hytalo Santos

Adolescentes só comiam com autorização e eram impedidos de estudar, segundo relatos exibidos no Fantástico

Por Plox

18/08/2025 08h36 - Atualizado há cerca de 10 horas

Ex-funcionários de Hytalo Santos, influencer paraibano que acumulava mais de 17 milhões de seguidores nas redes sociais, revelaram em entrevista ao Fantástico como funcionava a rotina dentro da casa onde ele vivia com o marido, Israel Nata Vicente, também conhecido como MC Euro. Ambos estão presos desde a sexta-feira (15) e tiveram o pedido de habeas corpus negado pela Justiça da Paraíba no sábado (16).


Imagem Foto: Reprodução


Os relatos apontam para um ambiente de controle extremo, onde os adolescentes que viviam com o casal — quatro menores de idade entre os dez moradores da residência — precisavam seguir regras rigorosas impostas por Hytalo. Uma das testemunhas, que preferiu não ser identificada, afirmou que os jovens só tinham permissão para comer quando o influencer autorizava.


“Os adolescentes só comiam quando ele queria. E só poderiam comer quando ele acordasse. Era só quando ele realmente deixava. Era noite em claro”, descreveu uma ex-funcionária.



Outro depoente revelou que, quando não estavam gravando vídeos para os perfis de Hytalo, os adolescentes tinham seus celulares trancados em caixas, no quarto dele, o que impediria qualquer contato externo. Segundo o relato, o influencer temia ser exposto em situações comprometedoras.
“Ele tinha muito medo de que as pessoas filmassem o que ele era por trás das câmeras”, disse uma das testemunhas.

As festas promovidas por Hytalo frequentemente atravessavam a madrugada e, segundo os ex-funcionários, eram regadas a bebidas alcoólicas, mesmo na presença de menores de idade. Um dos ex-funcionários também descreveu a situação insalubre da residência. “Eu via a casa totalmente cheia de lixo. Ficava durante três dias, quatro dias, cinco dias. Eles não tinham muito ambiente limpo”, relatou.



Além disso, os adolescentes não frequentavam a escola com regularidade. Uma das testemunhas afirmou que eles passavam mais de um mês sem estudar. Segundo ela, havia ocasiões em que o influencer gravava vídeos fingindo que os jovens estavam indo para a escola, mas logo após desligar a câmera, eles não seguiam para as aulas.


Durante as investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil, as escolas que atendiam os adolescentes foram procuradas. Uma coordenadora escolar chegou a afirmar que os atrasos dos alunos ocorriam “devido às gravações”.



A situação tem gerado comoção nacional, e as autoridades seguem apurando as denúncias que envolvem suposta exploração de menores, controle psicológico e possíveis abusos cometidos por Hytalo Santos e seu companheiro. A defesa dos acusados ainda não se pronunciou publicamente sobre os novos relatos divulgados.


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