Moraes reafirma que não vai recuar diante de ofensiva dos EUA
Ministro do STF diz que sanções impostas pelo governo Donald Trump não influenciarão julgamento contra Jair Bolsonaro
Por Plox
18/08/2025 11h17 - Atualizado há cerca de 8 horas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que não haverá recuo nos processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo diante das sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky.

A declaração foi feita em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, publicada nesta segunda-feira (18). A reportagem destacou Moraes como
'o juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump'
. O ministro reforçou que as medidas anunciadas por Donald Trump não terão qualquer influência no andamento das ações, incluindo o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe, previsto para 2 de setembro.Durante a entrevista, Moraes foi categórico:
\"Não há a menor chance de recuarmos nem um milímetro sequer. Faremos a coisa certa: receberemos a acusação, analisaremos a evidência, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido, será absolvido.\"
O ministro comparou o processo a uma “vacina preventiva” contra ataques à democracia. Segundo ele, o Brasil, por sua história de ditaduras e tentativas de ruptura institucional, desenvolveu anticorpos mais fortes do que países como os Estados Unidos, que nunca passaram por golpes de Estado.
Apesar de reconhecer que não é fácil lidar com as sanções, Moraes afirmou que continuará com as investigações “enquanto for necessário”. Ele contou ainda que, no dia em que decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro, assistia a um jogo do Corinthians quando recebeu mensagens informando sobre o descumprimento da medida pelo ex-presidente.
Entre as punições impostas pelo governo norte-americano estão a suspensão do visto de Moraes, o bloqueio de contas bancárias e de investimentos nos Estados Unidos. Mesmo assim, o ministro garantiu que nada disso mudará sua postura frente aos processos.
A entrevista reforça o clima de tensão internacional em torno do julgamento, que se tornou um dos pontos centrais da cena política brasileira nas últimas semanas.