Mulher que matou cadeirante com ferro de passar roupa é presa com ajuda de câmeras com reconhecimento facial
Apesar de o crime ter acontecido quase três décadas atrás, a captura só foi possível agora graças à tecnologia de reconhecimento facial implantada pelo governo do Espírito Santo.
Por Plox
18/08/2025 06h48 - Atualizado há cerca de 12 horas
Durante uma tarde comum no Terminal de Campo Grande, em Cariacica, uma mulher de 54 anos foi surpreendida por agentes de segurança e acabou sendo presa.

Identificada como Márcia Matias Patrocínio, ela era procurada pela Justiça desde 2018, quando foi emitido um mandado de prisão pelo assassinato de uma mulher cadeirante, ocorrido em 1996. Apesar de o crime ter acontecido quase três décadas atrás, a captura só foi possível agora graças à tecnologia de reconhecimento facial implantada pelo governo do Espírito Santo.
Na ocasião do crime, a vítima que usava cadeira de rodas e havia perdido as duas pernas, foi morta a golpes de ferro de passar. Pouco se sabe sobre os detalhes do crime, mas documentos judiciais apontam que Márcia teria agido movida por forte emoção após ser provocada. A Justiça capixaba a condenou a cinco anos de prisão pelo homicídio, classificado como cruel.
Durante uma entrevista à TV Gazeta, Márcia alegou que não se lembra do motivo que a levou a cometer o crime, mencionando apenas que a vítima era mãe de uma menina com quem ela dividia moradia na época, no mesmo município de Cariacica.
A reviravolta no caso ocorreu quando Márcia passou pelo terminal de ônibus e foi registrada pelas câmeras de segurança com sistema de reconhecimento facial, posicionadas em diversos pontos da Região Metropolitana de Vitória. As imagens foram rapidamente analisadas pela central de monitoramento, que confirmou a correspondência com o banco de dados criminal.
A partir dessa identificação, policiais que estavam próximos foram acionados e seguiram até o terminal para realizar a prisão. Ela foi levada diretamente para a delegacia e, em seguida, transferida ao sistema prisional do estado.
Desde a implantação do sistema de reconhecimento facial, em setembro de 2024, mais de 200 pessoas foram presas no Espírito Santo até julho deste ano. Dentre os detidos, 14 eram foragidos de outros estados. As câmeras são capazes de mapear traços únicos do rosto, como o espaçamento entre olhos, boca e nariz, gerando um código numérico que é cruzado com imagens armazenadas de documentos oficiais e registros criminais.
"Quando o sistema identifica que tem 90% de chance dessa pessoa ser aquela que está sendo procurada, isso gera um alerta, o Ciodes faz a verificação se o mandado está aberto e, caso positivo, envia o alerta para o policial mais próximo da pessoa", explicou o secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno.
O equipamento é utilizado em ruas, edifícios públicos e ônibus do Sistema Transcol, reforçando a vigilância e contribuindo diretamente para a captura de criminosos foragidos da Justiça.