Israel estaria por trás da explosão de pagers que matou nove pessoas no Líbano
Hezbollah comprou milhares de pagers de empresa taiwanesa, que teriam sido modificados para explosões controladas; centenas de feridos
Por Plox
18/09/2024 08h55 - Atualizado há 4 meses
Autoridades americanas revelaram ao jornal The New York Times que Israel é o principal suspeito pela explosão de pagers no Líbano, que matou nove pessoas e deixou mais de 2.750 feridos na última terça-feira (17). O incidente ocorreu após o Hezbollah importar mais de 3.000 pagers de uma empresa de Taiwan, a Gold Apollo, que teriam sido adulterados com explosivos. Até o momento, o governo de Tel Aviv não se pronunciou sobre o ocorrido.
Explosões causam mutilações e cegueira em massa
As explosões ocorreram em diversos pontos do país e deixaram um rastro de destruição. Centenas de pessoas ficaram cegas, e várias sofreram amputações como resultado do ataque. Os explosivos, com cerca de 50 gramas de material, foram plantados dentro dos aparelhos antes que chegassem ao Líbano. Além disso, cada pager continha um dispositivo que permitia a detonação remota das bombas.
Segundo as autoridades ouvidas pelo New York Times, os explosivos foram ativados quando os pagers receberam mensagens aparentemente enviadas pelo comando do Hezbollah. A mensagem, no entanto, acionava as bombas, programadas para emitir um som de alarme por alguns segundos antes de explodirem, possivelmente para garantir que alguém estivesse próximo no momento da detonação.
Histórico de ataques e falha de segurança no Hezbollah
Este ataque já está sendo considerado pelo Hezbollah como a "maior falha de segurança" da organização nos últimos tempos. O grupo armado, que sempre adotou meios de comunicação menos rastreáveis, foi surpreendido pela sofisticação da operação. Eles haviam adquirido os pagers justamente por serem mais difíceis de monitorar, mas acabaram caindo em uma armadilha preparada previamente por Israel. O Hezbollah já responsabilizou Tel Aviv pelo incidente, mas ainda está investigando como as bombas foram implantadas.
Esse tipo de operação não seria novidade para Israel, que, no passado, já utilizou métodos similares para eliminar rivais, como explosões de telefones celulares.