Mineira relata estupro no Chile durante viagem de aniversário

Jovem de Belo Horizonte economizou por dois anos para realizar seu sonho de conhecer o Chile, mas a viagem foi marcada por um ataque brutal em Santiago.

Por Plox

18/09/2024 13h39 - Atualizado há 2 meses

Uma jovem de 26 anos, natural de Belo Horizonte, viveu momentos de terror ao ser vítima de estupro durante uma viagem ao Chile. A atendente de restaurante havia juntado R$ 10 mil ao longo de dois anos para comemorar seu aniversário em Santiago, mas sua tão esperada viagem foi interrompida por uma violência brutal. O crime aconteceu no dia 6 de setembro, apenas dois dias após sua chegada ao país.

Arquivo Pessoal

A jovem, que preferiu manter o anonimato, relatou o ocorrido. Ao caminhar em uma rua do bairro Itália, famosa por sua beleza e tranquilidade, a vítima foi atacada por um homem que a seguia de moto. "Ele puxou a minha bolsa e, quando eu tentei resistir, ele bateu minha cabeça contra uma parede. Acordei com uma senhora chilena me socorrendo", disse ela.

Assistência consular questionada

Após o ataque, a jovem foi conduzida à delegacia e posteriormente ao hospital, onde um exame pericial constatou a "suspeita de agressão sexual com força corporal". Além de sofrer o trauma físico e psicológico, a vítima também perdeu documentos, dinheiro e outros pertences, tornando sua situação ainda mais difícil.

Ao tentar buscar auxílio no consulado brasileiro em Santiago, a jovem relatou ter recebido pouco apoio. Segundo mensagens compartilhadas com a reportagem, o consulado orientou que ela pedisse à sua família no Brasil que providenciasse uma hospedagem. "Fiquei desamparada pelo meu próprio país. O Chile, por outro lado, foi muito acolhedor", desabafou a jovem.

Diante da falta de suporte adequado, ela foi acolhida temporariamente por uma policial local, até que o governo chileno custeou sua hospedagem e alimentação até o retorno ao Brasil.

Processo contra o governo brasileiro

De volta a Belo Horizonte, no último dia 15, a jovem afirmou que optou por não encurtar a viagem apesar do trauma, seguindo o conselho de um psicólogo para tentar preservar seu sonho de conhecer o Chile. Agora, seu advogado, Bruno Correa Lemos, pretende processar o governo brasileiro por negligência consular, buscando reparação por danos morais. "O consulado foi inerte, não prestando o auxílio necessário em um momento tão crítico", afirmou o advogado.

Repercussão na imprensa chilena

O caso teve grande repercussão na mídia chilena. A emissora Chilevisión entrevistou uma mulher que socorreu a jovem após o ataque. "Minha vizinha ouviu gritos e descemos para ver o que havia acontecido. A jovem contou que foi roubada. O bairro Itália precisa de mais segurança", relatou a chilena.

Ministério das Relações Exteriores responde

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o consulado em Santiago acompanhou o caso desde o início e prestou a assistência necessária. No entanto, por razões de privacidade e legislação, detalhes adicionais não foram fornecidos sem a devida autorização.

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