Planalto debate queimadas com governadores sem a presença de Lula
Casa Civil assume comando de reunião com estados mais afetados pelas secas e incêndios florestais
Por Plox
18/09/2024 16h16 - Atualizado há 10 meses
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, liderará uma reunião nesta quinta-feira (19) com governadores de estados fortemente impactados pelas queimadas e pela estiagem no Brasil. Entre os participantes, estão governadores do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, regiões críticas na crise ambiental. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, não estará presente, pois cumpre agenda com quilombolas no Maranhão.

Medidas emergenciais e recursos financeiros
Na última terça-feira (17), Lula se encontrou com chefes dos Poderes, ministros e representantes dos órgãos ambientais para traçar estratégias de combate às queimadas. Na ocasião, foi anunciado pelo ministro Rui Costa que o presidente assinou uma Medida Provisória liberando um crédito extraordinário de R$ 514 milhões. Esse valor, destinado a financiar ações emergenciais contra incêndios na Amazônia, Cerrado e Pantanal, será utilizado sem impactar o limite de gastos, pois atende a despesas imprevisíveis e urgentes, típicas de calamidade pública.
Esse esforço financeiro também teve apoio judicial: no domingo (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, autorizou o governo a liberar créditos extraordinários, mesmo em meio à meta fiscal de déficit zero.
Compartilhamento de responsabilidades e ação coordenada
Durante os encontros, Lula destacou a importância do diálogo entre os Poderes e a sociedade para enfrentar a crise climática, indicando que o Brasil está se recuperando de uma fase de isolamento e negligência ambiental. "Estamos voltando a ser um país civilizado", afirmou o presidente, ressaltando a participação ativa de todos os setores da sociedade para buscar uma solução definitiva para o problema climático no Brasil.
A Confederação Nacional dos Municípios divulgou que mais de 11 milhões de brasileiros já foram afetados pelos incêndios. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados do território nacional, o que representa 60% do total, estão em áreas sob risco de fogo.
Insinuações sobre possíveis motivações políticas por trás dos incêndios
Em sua fala durante a reunião, o presidente Lula levantou a hipótese de que os incêndios criminosos poderiam ter motivações políticas. "Sinto um cheiro de oportunismo", disse o presidente, referindo-se à proximidade da COP 30 e ao destaque que o Brasil tem ganhado em questões ambientais. Ele ainda sugeriu que uma pessoa envolvida na convocação dos atos de 7 de setembro teria incitado os incêndios, levantando suspeitas sobre uma possível orquestração.
Rodrigo Pacheco reforça gravidade e caráter criminoso dos incêndios
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também participou da reunião e reforçou o entendimento de que as queimadas no Brasil são de origem criminosa. Pacheco declarou que existe uma organização por trás dos incêndios, afirmando: "Estamos diante de um problema de consequências climáticas, mas a causa é criminosa e aparentemente orquestrada."
A reunião com os governadores será um passo fundamental na tentativa de coordenar ações que possam mitigar os efeitos das queimadas e combater suas causas, sejam elas naturais ou provocadas por interesses políticos.