58 brasileiros deportados dos EUA chegam a Confins; mineiro foi preso ao tentar green card
Entre os 58 deportados, um brasileiro viveu 22 anos nos EUA e foi preso ao tentar regularizar sua situação migratória
Por Plox
18/09/2025 10h44 - Atualizado há cerca de 17 horas
Um grupo de 58 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcou, na noite desta quarta-feira (17), no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. A aeronave saiu do estado da Louisiana, na região sul dos EUA, em voo direto até Minas Gerais.

Entre os passageiros, estavam 55 homens e três mulheres, segundo informações do governo federal. Este foi o 21º voo de deportação de brasileiros organizado desde o início do governo de Donald Trump, refletindo o aumento das ações migratórias ao longo dos últimos anos.
Minas Gerais lidera a lista dos estados brasileiros que mais receberam cidadãos deportados em 2025. Rondônia, São Paulo, Espírito Santo e Goiás aparecem na sequência.
Entre os deportados está Eugênio Moura, de 44 anos, que passou mais de duas décadas nos EUA. Ele relatou que foi preso quando tentava regularizar seu green card: “Na hora que fui colocar meus dedos no reconhecimento, a imigração chegou e me agarrou sem eu saber o que estava acontecendo”, relatou. Seus advogados ainda acompanham o caso.
Carlos Alexandre de Moraes, de 23 anos, passou quatro anos nos EUA. Mesmo após conseguir juntar dinheiro trabalhando, foi deportado sem aviso prévio. “É um momento bem crítico para ir para os Estados Unidos”, alertou. Seu irmão Emerson comemorou a volta: “Agora ele está em casa e não passará mais pelo que passou”.
Outro deportado, Gustavo Henrique Marinho de Carvalho, também de 23 anos, viveu sete anos nos Estados Unidos. Ele contou que foi abordado ao sair do trabalho. “Queriam nem saber, pegaram minhas coisas e me agarraram”, disse.
Paulo Víctor Rezende, gerente de projeto da operação, destacou a importância de garantir um retorno digno. “Nosso objetivo é que essas pessoas possam chegar até suas famílias da melhor forma possível, sem violação de direitos humanos”, explicou. Ele também enfatizou que ouvir português e ter acesso à comida brasileira amenizam o impacto da chegada.
Rezende acrescentou que o Ministério das Relações Exteriores negocia com os EUA o aumento da frequência dos voos, a redução do tempo de detenção e o uso mínimo de algemas, que devem ser retiradas antes do desembarque.