Condenado a 33 anos PM que matou dentista e tentou simular suicídio em MG

Júri reconheceu todas as qualificadoras no feminicídio de Ana Luíza Souto Dompsin, ocorrido em Divisa Alegre, no Vale do Jequitinhonha

Por Plox

18/09/2025 10h20 - Atualizado há 3 dias

O tenente reformado da Polícia Militar da Bahia, Amauri dos Santos Araújo, foi condenado nesta quarta-feira (17) a 33 anos de prisão pelo assassinato da dentista Ana Luíza Souto Dompsin, de 25 anos. O crime ocorreu em março de 2021, em Divisa Alegre, no Vale do Jequitinhonha, onde a jovem morava e trabalhava.


Imagem Foto: Arquivo Pessoal


Do total da pena, 30 anos deverão ser cumpridos em regime fechado e outros 3 em detenção. O julgamento reconheceu todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público, incluindo motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima, feminicídio no contexto de violência doméstica e adulteração da cena do crime.



De acordo com a acusação, o réu tentou simular um suicídio ao alterar o local do crime, com o objetivo de confundir os peritos e dificultar a investigação. Laudos apontaram que o disparo foi feito na nuca da vítima, o que desmontou a versão apresentada pela defesa.



Durante o julgamento, Amauri manteve a tese de que Ana Luíza teria tirado a própria vida. A promotora Larissa Prado classificou o processo como uma longa batalha: “Foi uma luta grande. Tentativas frustradas de julgamento, um verdadeiro teatro. Mas conseguimos alcançar o resultado. A Justiça prevaleceu.”



A advogada Camila Ferreira de Sousa, assistente de acusação, relatou o alívio da família com a condenação. “Eles viveram anos de sofrimento. Sentimos que a Justiça foi feita diante de tantas retaliações sofridas”, afirmou.


Prima da vítima, Camila Souto Mendes desabafou emocionada: “Esse choro agora é de alívio. Foram quatro anos e seis meses de luta. Ele tentou impedir de todas as formas, mas agora podemos viver o luto da Ana.”



Testemunhos revelaram que o relacionamento entre Ana Luíza e o acusado começou entre 2019 e 2020, com registros de violência anteriores, como ameaças com arma de fogo e uma fratura na mão da jovem. No dia do crime, após uma discussão, o militar teria atirado contra a nuca da vítima dentro da casa dela.


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