Lula amplia vantagem em cenários de segundo turno, aponta Genial/Quaest

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece à frente de todos os possíveis adversários em um eventual segundo turno nas eleições de 2026, segundo levantamento Genial/Quaest divulgado nesta quinta-feira (18/9). A pesquisa mostra vantagem que varia entre sete e 19 pontos percentuais em nove cenários simulados.

Foto: Presidência

Enquanto Lula se mantém competitivo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e três meses de prisão no julgamento sobre a trama golpista e ainda inelegível, viu sua força política encolher. No confronto direto com Lula, o petista soma 47% contra 34% do ex-capitão — diferença de 13 pontos. Em agosto, Bolsonaro tinha 35%, mas perdeu um ponto.

Contra Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, Lula aparece com 43% e o adversário com 35%, repetindo o placar de agosto. Já no embate contra Ciro Gomes, do PDT, o presidente tem 40% contra 33%, vantagem de sete pontos. Essa foi a primeira vez que Ciro foi incluído no cenário de segundo turno pela pesquisa.

Lula também vence outros nomes da oposição com diferenças ainda maiores. Contra Michelle Bolsonaro, o placar é de 47% a 32%, e diante de Eduardo Bolsonaro, 47% a 29%. Os dois perderam força em relação ao mês anterior. No caso do deputado, a queda foi de três pontos, enquanto a ex-primeira-dama recuou dois. Ratinho Júnior, governador do Paraná, teria 32% frente a 44% de Lula. Já os governadores Ronaldo Caiado (GO), Eduardo Leite (RS) e Romeu Zema (MG) ficariam atrás por 15, 19 e 13 pontos, respectivamente.

O levantamento também mediu a percepção dos eleitores sobre Bolsonaro. Para 76%, ele deveria apoiar outro candidato — número 11 pontos maior que o registrado em agosto. Além disso, 49% dos entrevistados disseram ter mais medo do retorno do ex-presidente ao poder, contra 41% que afirmaram temer a continuidade de Lula.

Na pesquisa espontânea, Lula aparece com 18% das intenções de voto, crescendo gradualmente desde março, quando tinha 9%. Já Bolsonaro ficou com 6%, em queda contínua. Tarcísio registrou 2%, Ciro Gomes 1%, enquanto Michelle e Ratinho não foram citados. O índice de indecisos segue alto, em 68%.

A pesquisa também analisou cenários alternativos. Caso Lula não dispute, Geraldo Alckmin é o preferido, com 9% das intenções, seguido por Simone Tebet, com 6%, e Fernando Haddad, com 5%. Do lado bolsonarista, se Jair Bolsonaro não conseguir reverter sua inelegibilidade, Tarcísio aparece como nome mais forte, com 15%. No entanto, 28% dos entrevistados preferiram a opção “nenhum desses”, demonstrando falta de identificação com os nomes apresentados.

“O discurso de Tarcísio não ajudou a conquistar o eleitor mais moderado, mas pareceu necessário para obter apoio de Bolsonaro. Se mantiver essa retórica, pode ser ruim para a candidatura”, avaliou Maurício Valadares, diretor de investimentos da Nau Capital.

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 eleitores entre 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o nível de confiança, de 95%.