Mulher denuncia padrasto após 22 anos de abusos e cárcere privado no Paraná

Uma jovem de 29 anos rompeu o silêncio nesta semana ao denunciar o padrasto que, segundo ela, a manteve sob abusos e cárcere privado durante mais de duas décadas em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.

Foto: Polícia Civil

A fuga aconteceu na terça-feira (16), quando a mulher disse ao suspeito que precisava levar os filhos a um posto de saúde. No entanto, em vez disso, correu direto para a delegacia da Polícia Civil, onde revelou todo o sofrimento que vivia.

Um dos casos mais bárbaros que já se presenciou", declarou o delegado.

A investigação também aponta que o homem obrigava a enteada a manter relações com outros homens, filmava as agressões e usava câmeras instaladas pela casa para monitorá-la constantemente. A jovem relatou que raramente saía de casa e tinha cada movimento controlado. Além dos abusos sexuais e psicológicos, ela também sofria agressões físicas.

Enquanto prestava depoimento, o suspeito ligou mais de 30 vezes e enviou pelo menos 15 áudios para a vítima, alguns deles com ameaças. A Polícia Civil foi até a residência e o prendeu em flagrante, apreendendo câmeras de vigilância e registros em vídeo dos crimes.

A Justiça converteu a prisão em preventiva, sem prazo para término. A mãe da vítima também foi chamada para depor, mas a polícia não confirmou se ela será investigada. O nome do suspeito não foi divulgado por conta da lei de abuso de autoridade, e até o momento a defesa não se manifestou.

A vítima e os três filhos foram acolhidos e levados para um local seguro, enquanto aguardam medidas protetivas de urgência. O inquérito reúne sete crimes que, somados, podem resultar em mais de 100 anos de prisão caso haja condenação.